Poderá consultar-se em: http://www.cyberjornal.net/index.php?option=com_content&task=view&id=17858&Itemid=30
a recensão intitulada «De Igaedo à Senhora do Almotão - Um livro
ingénuo e bem intencionado», publicada no Cyberjornal,
edição de 14-02-2013. Comenta-se o
livro De Igaedo à Senhora do Almotão,
da autoria de Joaquina Salgueiro da Silva Celestino, edição da Câmara Municipal
de Idanha-a-Nova, com data de 2012 e ISBN 978-972-8285-68-5. Deste texto -
também acessível em http://hdl.handle.net/10316/21662
- permita-se-me que recorte a seguinte passagem: «Conta Joaquina Celestino
o que sempre ouviu: «as vozes dos que trabalharam na construção do canal mestre
que distribui a água da Barragem pela campina» (p. 30). Refere-se à Barragem
Marechal Carmona, no rio Ponsul, inaugurada em 1946. E que contavam os
trabalhadores? «Que pedaços de mosaicos e cerâmica de variegadas cores
apareciam, constantemente, à frente das escavadoras; que também apareceram
moedas e pequenas estatuetas; que tal sucedia, já mais recentemente, quando se
lavrava a terra fosse com arados ou com tractores; que surgiam grandes potes de
cerâmica…». Trata-se de uma descrição
do passado, dir-se-á, em que ainda não havia a consciencialização (nem a lei!)
de que «grandes empreendimentos públicos ou privados que envolvam significativa
transformação da topografia ou paisagem» (cito uma passagem da Lei de Bases do
Património Cultural, a Lei nº 107-2001, de 8 de Setembro) têm forçosamente de
se fazer com o devido acompanhamento arqueológico. Sim, é do passado! No
entanto, o importante, o grave é o que a Autora escreve depois (p. 30),
enterrando bem os dedos na ferida: «Sei também que, ainda
hoje, se apanha cerâmica pela campina fora; que continua a aparecer mosaico
romano à frente dos tractores que lavram as terras e que há tambores de colunas
em paredes, muitas, já em ruínas…». E então? Vamos continuar
assim?» |
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