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[Archport] De Igaedo à Senhora do Almotão

To :   "archport" <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] De Igaedo à Senhora do Almotão
From :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Date :   Fri, 15 Feb 2013 16:30:33 -0000

Poderá consultar-se em:

http://www.cyberjornal.net/index.php?option=com_content&task=view&id=17858&Itemid=30

 

a recensão intitulada «De Igaedo à Senhora do Almotão - Um livro ingénuo e bem intencionado», publicada no Cyberjornal, edição de 14-02-2013.

            Comenta-se o livro De Igaedo à Senhora do Almotão, da autoria de Joaquina Salgueiro da Silva Celestino, edição da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, com data de 2012 e ISBN 978-972-8285-68-5.

            Deste texto - também acessível em http://hdl.handle.net/10316/21662 - permita-se-me que recorte a seguinte passagem:

«Conta Joaquina Celestino o que sempre ouviu: «as vozes dos que trabalharam na construção do canal mestre que distribui a água da Barragem pela campina» (p. 30). Refere-se à Barragem Marechal Carmona, no rio Ponsul, inaugurada em 1946. E que contavam os trabalhadores? «Que pedaços de mosaicos e cerâmica de variegadas cores apareciam, constantemente, à frente das escavadoras; que também apareceram moedas e pequenas estatuetas; que tal sucedia, já mais recentemente, quando se lavrava a terra fosse com arados ou com tractores; que surgiam grandes potes de cerâmica…».

Trata-se de uma descrição do passado, dir-se-á, em que ainda não havia a consciencialização (nem a lei!) de que «grandes empreendimentos públicos ou privados que envolvam significativa transformação da topografia ou paisagem» (cito uma passagem da Lei de Bases do Património Cultural, a Lei nº 107-2001, de 8 de Setembro) têm forçosamente de se fazer com o devido acompanhamento arqueológico. Sim, é do passado! No entanto, o importante, o grave é o que a Autora escreve depois (p. 30), enterrando bem os dedos na ferida:

«Sei também que, ainda hoje, se apanha cerâmica pela campina fora; que continua a aparecer mosaico romano à frente dos tractores que lavram as terras e que há tambores de colunas em paredes, muitas, já em ruínas…».

E então? Vamos continuar assim?»

 


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