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Re: [Archport] Informação Arqueológica

Subject :   Re: [Archport] Informação Arqueológica
From :   Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>
Date :   Fri, 22 Feb 2013 23:39:55 +0000

1) todos os trabalhos arqueológicos licenciados pela tutela resultam,
pelo menos, num relatório;

2) havendo relatórios, ele está disponíveispara consulta nas
instalações da tutela;

3) sendo disponibilizados em formato digital, poderão ser
disponibilizados online;

resulta de tudo isto que, se há relatórios, para que se há-de criar
mais trabalho disponibilizando um resumos dos relatórios?

o problema reside, parece-me bem, na não disponibilização dos
referidos relatórios ou, pelo menos, na dificuldade em lhes aceder...
tal como a Jacinta, sou totalmente a favor da sua disponibilização
(salvaguardadas, obviamente, as restrições a aplicar em caso de sítios
passíveis de serem pilhados).

Em 22 de fevereiro de 2013 23:29,  <folha-de-acacia@iol.pt> escreveu:
> Cara Jacinta
>
> Diria que, tal como o António Valera, foi "right o the point". O que
> diriamos então se, em vez de os técnicos do IGESPAR/DGPC de dedicarem à
> compilação de dados para o Endovelico, os filtrassem para a composição
> dessas tais Informações Arqueológicas? Que se exigisse aos arqueólogos já um
> texto sintético a incluir nestas notícias, em vez de se andar a repuscar
> informações soltas em relatórios (inclusive nos meus, diga-se em abono da
> verdade) para formular fichas de sítio no Endovelico!
> E, não sejamos inocentes, a maquetagem de um documento em formato digital,
> nos tempos correntes, é uma coisa extremamente simples de se fazer... E
> havendo técnicos, como os há, não seria necesário o dispêndio com
> contratações externas.
>
> Cordialmente
>
> Marco António Andrade
>
> Marco António Andrade
> Ph.D Student
> UNIARQ - Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa
> Alameda da Universidade, 1600-214 Lisboa
>
> Citando Jacinta Bugalhão <jacintabugalhao@gmail.com>:
>
> Também eu quero participar neste debate. Com o devido respeito (mesmo),
> discordo da ressurreição da Informação Arqueológica, considerando esta
> proposta ?fora de moda? e muito pouco interessante.
>
> ·   A edição on line não é gratuita, nem tão pouco é barata. Como é sabido,
> parte considerável dos custos de edição decorrem da sua maquetagem ou
> composição gráfica. Se pensarmos que anualmente possam ocorrer 1500
> intervenções (o valor rondou os 2000 em 2009), os respectivos ?artigos? com
> 250 palavras (dimensão indicada no RTA) e 1 imagem alcançariam uma dimensão
> considerável para uma edição anual. O valor que a DGPC despenderia num
> investimento desta natureza, poderia, por exemplo inviabilizar de vez a
> subsistência da RTA, que a tão duras penas tem resistido? E, repito é
> inviável. Só quem não conhece os constrangimentos e funcionamento de um
> organismo público nos dias de hoje (e amanhã) pode crer que tal seria
> possível. Não há dinheiro, nem dinâmica.
>
> ·   Por outro lado uma edição desta natureza (estática e tão sintética)
> pouco ou nada acrescentaria em termos de informação científica disponível, e
> teria a desvantagem de contar como ?publicação?.
>
> ·   Porque, o actual quadro jurídico obriga à publicação e impõe prazos para
> a mesma. Para mim continua a ser um imperativo do exercício da nossa
> profissão, mais que legal, ético, a publicações científica, atempada, dos
> resultados da actividade arqueológica.
>
> ·   A divulgação rápida e sintética dos resultados dos trabalhos
> arqueológicos deve concretizar-se através da inserção dos mesmos no
> Endovélico ? formulário Trabalho Arqueológico. Aqui cabe perfeitamente a
> inclusão de um texto da dimensão referida ou até um pouco maior, e de
> inteira responsabilidade dos responsáveis, podendo ainda ser possível
> disponibilizar imagens facultadas igualmente por estes.
>
> ·   Esta solução não tem custos, pois apenas num acto, o sistema de
> informação é actualizado (com todas as numerosas relações ? arqueólogo,
> projecto, instituição, sítio arqueológico, etc) e a ?edição? está feita.
>
> ·   É também uma solução funcional, pois atendendo ao volume da informação
> em causa e às funcionalidades próprias de um sistema de informação, permite
> pesquisas fáceis e correlacionar de forma mais abrangente a informação.
>
> ·   Aliás, esta solução está em implementação há largos anos: para isso
> serve a ?Ficha de Sítio/Trabalho Arqueológico?. Se a informação sobre o
> Sítio (sintética, analítica e mutável em função da investigação) é da
> responsabilidade de quem gere o sistema (DGPC), a ficha do Trabalho
> Arqueológico é fixa, corresponde a um momento e não a um processo (não
> carece de actualização) e é da responsabilidade do responsável (seu
> ?autor?).
>
> ·   Quanto à disponibilização on line e imediata dos Relatórios, eu sou a
> favor. Tenho dificuldade em aceitar a existência de restrições contratuais?
> não me parece muito legal. Admito que haja questões relacionadas com a
> reserva científica dos dados aí contidos. Também é certo que este tipo de
> disponibilização facilita em muito a utilização, por outrem que não o seu
> autor, daqueles dados, quer em moldes legítimos, quer de forma fraudulenta
> (a consulta arquivística não é bem a mesma coisa). Mas essa é uma condição e
> um condicionalismo do nosso tempo. E como para mim, esquematicamente,
> admito, o que o relatório deve conter é a informação mínima necessária para
> a compreensão da informação obtida num trabalho arqueológico (arqueografia),
> essa informação tem autor mas é eminentemente pública e como tal deve
> publicitada. Este é aliás o fundamento teórico da obrigatoriedade de
> entregar relatórios ao Estado, que representa o interesse público.
>
> ·   Ainda assim, se os pruridos forem muitos, que a disponibilização on line
> ocorra apenas após o prazo legal para publicação dos resultados. Mas,
> repito, por mim ocorria imediatamente após a aprovação do relatório.
>
> ·   O armazenamento dos relatórios digitais deve também ocorrer na estrutura
> do Endovélico. Assim, uma primeira pesquisa daria acesso a um resumo dos
> resultados (Informação Arqueológica); quem quiser ?saber mais? acederia ao
> relatório; com o decorrer do tempo seriam igualmente fornecidas as
> referências bibliográficas, eventualmente os próprios pdf´s, à medida que
> estes sejam também de domínio público.
>
> ·   A reunião de toda a informação a partir do sistema Endovélico e o
> investimento permanente na implementação deste sistema deveria ser um ?pacto
> de regime? arqueológico. A criação de sistemas paralelos que duplicam
> informação e procedimentos de carregamento de dados (como por exemplo o
> recente e bem sucedido Portal do Arqueólogo, ou o projectado Repositório de
> Relatórios) não é a opção mais correcta. O mais correcto do ponto de vista
> da gestão da informação e da boa racionalização de recursos sempre escassos,
> é investir num sistema integrado, cujo funcionamento se bem implementado,
> representa uma poupança efectiva, só por existir e funcionar.
>
> ·   É claro que esta visão ainda está distante da realidade, pois o
> desinvestimento e desinteresse no Endovélico na última década são
> absolutamente evidentes. Em vez de se desperdiçar recursos em investimentos
> muitas vezes estéreis (como na minha opinião ocorreria com este revivalismo
> da Informação Arqueológica) deveriam ser concentrados esforços, não apenas
> financeiros, no aperfeiçoamento permanente do Endovélico e SIG associado, na
> desmaterialização, digitalização e abertura ao público do Arquivo da
> Arqueologia Portuguesa e, caros colegas, e na linha editorial arqueológica
> pública: Revista Portuguesa de Arqueologia e Trabalhos de Arqueologia.
>
> ·   Porque para publicar, entre muitas outras coisas, é preciso haver onde e
> como.
>
> ·   É realmente assim: a gestão da actividade arqueológica (autorizar,
> fiscalizar, aprovar relatórios), o Endovélico, o SIG, o Arquivo, a
> publicação, a salvaguarda e a investigação, etc, são realmente faces de um
> mesmo objecto. E é por isso que a gestão púbica deveria ser assegurada por
> uma entidade de Tutela única, especializada, nacional e desconcentrada, que
> garantisse que o sistema funcione, em todas estas frentes, com boa gestão
> dos recursos  públicos sempre escassos.
> Saudações arqueológicas
> Jacinta Bugalhão
>
>
>
>
> _______________________________________________
> Archport mailing list
> Archport@ci.uc.pt
> http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport
>

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