Manifestações escultóricas em Segóbriga Paulatina
mas seguramente, prossegue a concretização do projecto Corpus Signorum Imperii Romani, que pretende
estudar todas as manifestações escultóricas que, ao longo dos anos, vêm sendo
descobertas em sítios romanos. No que concerne ao território
português, recorde-se que, depois da dissertação de licenciatura (inédita) de José
Luís de Matos, Subsídios para um Catálogo da
Escultura Luso-romana (Lisboa, Faculdade de Letras, 1966), que não
chegou a ser publicada, coube a Vasco de Souza a iniciativa de actualizar os conhecimentos
sobre esse tema, precisamente no quadro do mesmo projecto: Corpus Signorum Imperii Romani. Portugal (Instituto de Arqueologia, Coimbra,
1989). Em 2007, Luís Jorge
Rodrigues Gonçalves publicaria, no nº 2 da Série Studia Lusitana, do Museu Nacional de Arte Romano (Mérida),
o resultado das investigações que levara a efeito com vista ao doutoramento, obra
em dois volumes, com o título Escultura Romana
em Portugal: uma Arte do Quotidiano. Um
pouco por todo o mundo outrora romano se estão, pois, a envidar esforços no sentido
de se completar esse corpus, atendendo
ao interesse que naturalmente encerra o estudo dos elementos escultóricos em
termos artísticos e culturais. Tem havido reuniões científicas expressamente com
essa finalidade, de que a mais recente foi, na Península, a VIII Reunión de Escultura Romana en Hispania, realizada
o ano passado em Santiago de
Compostela. E,
nesse âmbito, o nome de José Miguel Noguera Celdrán tem de ser citado,
pois, professor catedrático de Arqueologia da Universidade de Múrcia e esforçado
e dinâmico investigador do tema, pertence-lhe a iniciativa de ter editado,
juntamente com Isabel Rodà, desde 2001, os volumes I ( 438
páginas + 94 estampas de boas fotografias a preto e branco e Uma
obra monumental, portanto, que não inclui apenas o minucioso catálogo (de quase
400 elementos), organizado pela proveniência dos testemunhos na cidade
(muralha, teatro, anfiteatro, termas monumentais…) mas também os estudos
subsequentes, desde os que se prendem com os materiais usados (procedência,
cronologia, oficinas) até ao necessário e bem sugestivo relacionamento topográfico
com as estruturas arqueológicas: o santuário de Diana, os espaços e edifícios públicos,
o programa escultórico do teatro, a escultura funerária e as necrópoles… Servido
por exaustiva bibliografia (p. 359-403) e disponibilizando utilíssimos índices (p.
413-436) – toponímico, onomástico, temático, de museus e lugares de
conservação, e de instituições – o livro complementa eficazmente, por outro
lado, a série de obras que ultimamente têm sido publicadas sobre esta deveras importante
cidade romana, onde a investigação continua a dar excelentes resultados.
José d’Encarnação |
Mensagem anterior por data: [Archport] O Coração de D. Pedro IV - Investigacao ou sensacionalismo? | Próxima mensagem por data: [Archport] Ciclo de conferências Arqueologia em Vila Franca de Xira |
Mensagem anterior por assunto: [Archport] Manifestação em nome do "Bom Senso" | Próxima mensagem por assunto: [Archport] Manifestantes exigem intervenção do Conselho Nacional de Cultura |