Caros Colegas, Não me sendo de todo possível, por inadiáveis razões familiares, estar presente na próxima Assembleia Geral da APA, não posso deixar de subscrever e reforçar o apelo da nossa colega Maria José Almeida à participação do maior número possível de associados. O pouco envolvimento dos sócios na APA, problema que é geral no movimento associativo e que reflecte muito do que é actualmente a nossa sociedade, parece condenar a APA à extinção ou pelo menos à irrelevância. Ora se as condições da prática arqueológica na actualidade são diferentes das que nos inícios da década de 1990 levaram à fundação da APA, não justificam menos, segundo entendo, o papel e a missão desta associação profissional. Poderá, cada um, rever-se mais ou menos na actual liderança ou actividades da APA; poderá, cada um, ter ideias diferentes, propostas distintas ou sugestões de novos caminhos a trilhar. Mas a única forma de poder actuar e fazer valer as suas ideias é participar. Por isso, também, aceitei o convite que me foi feito para integrar os orgãos sociais na lista ora proposta a sufrágio e assim poder apoiar mais de perto a associação. A APA nasceu como um projecto abrangente, aberto e disponível para elevar a arqueologia e os arqueólogos a um outro patamar de sentido social e profissional. As condições presentes do País, que naturalmente afectam seriamente o património cultural e os seus agentes, a par de uma nova fase de secundarização da área da arqueologia na orgânica administrativa do Estado, exigem esforços concertados e uma voz forte dos profissionais desta área. Por isso, junto o meu apelo ao dos orgãos directivos da Associação e ao da ex-presidente Maria José Almeida: apareçam no dia 23. Dêem força à APA para que a APA possa dar força aos Arqueólogos! António Manuel S. P. Silva Associado nº 001 Date: Sun, 17 Mar 2013 21:22:18 +0000 From: mariajosedealmeida@gmail.com To: mariajosedealmeida@gmail.com Subject: Assembleia Eleitoral da APA - apelo à participação Caros colegas, dirijo-vos esta mensagem na qualidade de associados da APA. Antes que digam "já não sou, não pago quotas há anos", deixem-me lembrar que, de acordo com o estatuto, só perde a qualidade de associado "aquele que comunicar à Direcção a sua intenção de saída da associação, através de carta registada com aviso de recepção." Se não pagam quotas há anos, são associados da APA com a inscrição suspensa por "incumprimento dos prazos de pagamento das quotizações". Alguns de vós saberão que no próximo sábado, dia 23, se vai realizar a Assembleia Geral Eleitoral da APA no Porto. Outros não saberão, porque como há tanto tempo que não tem contacto com a associação nem as convocatórias recebem. Mas todos sabem que a APA está, neste momento, a atravessar uma séria crise de representação. É verdade que não será um problema exclusivo da APA, é de muitas associações, até daquelas que a nível nacional supostamente nos deviam representar no sistema político. E podemos começar exactamente por aqui. Porque se é difícil mudar um país, mudar o mundo, se cada um de nós der um jeitinho no que lhe passa à porta, o nosso país, o nosso mundo, podem ser um lugares diferentes. Uma das coisas que nos passa à porta, todos os dias, é a nossa profissão. Com os problemas que temos ao tentar exercê-la nas melhores condições éticas e deontológicas. Com os problemas que temos ao tentar que o nosso trabalho seja justamente valorizado, seja em termos financeiros seja em termos de reconhecimento profissional. E, tantas vezes, com os problemas que temos por não podermos exercer a profissão que escolhemos e pela qual gastamos tanto tempo de formação académica e profissional. Como esses problemas não são exclusivamente individuais, as associações profissionais existem para, entre outras coisas, ajudar a que haja uma solução colectiva para aquilo que pode ser um problema de todos. Em termos genéricos, há duas razões para se ser associado de qualquer organização. A primeira é por beneficiamos de serviços e produtos que essa organização oferece exclusivamente, ou em condições vantajosas, aos seus associados. Foi isso que me fez ser associada (durante o tempo que conduzi uma Renault 4L de 1985) do ACP, por exemplo. A segunda é quando, mesmo não estando directamente interessado naquilo que a organização oferece, nos identificamos com os seus princípios e propósitos e achamos que essa organização faz falta na comunidade em que se insere, seja a que escala for; e, por isso, queremos contribuir para o seu funcionamento através do pagamento de uma quotização. É isso que me faz ser associada da Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino, ou da Bens de Utilidade Social, por exemplo. Ser associada da APA sempre foi para mim decorrente da segunda razão. Nunca usufrui de grande coisa por ser associada, mas dei muito mais do que uma quota anual para que a associação existisse. Dei participação activa na vida da associação desde 1994 (ainda pró-APA) e, desde 2002, dei esforço e trabalho enquanto membro dos corpos gerentes. Dei tudo isso com a convicção que uma associação como a APA faz falta. Faz falta na organização de uma classe profissional desestruturada e com fraca aceitação social. Faz falta no contexto actual de falência da actividade reguladora da tutela e, mais ainda, no contexto endémico da excessiva dependência da mesma tutela. Faz falta num mercado de trabalho desregulado e dependente de sectores económicos em grave crise. É por continuar a achar que tudo isto faz sentido que vou no sábado ao Porto. Mas não vou, como infelizmente muitas vezes fui, só para cumprir calendário e legitimar formalmente uma associação cada vez mais vazia. A AG vai ser eleitoral e apresenta-se uma única lista. Constituída, ao que sei, com alguma dificuldade porque um dos problemas em constituir uma lista é aquele com que comecei esta mensagem: são precisos 13 associados no pleno gozo dos seus direitos para constituir uma lista para os Corpos Gerentes e mais 3 para a Comissão Disciplinar. Sei também que houve tentativas de constituir outras listas que ficaram pelo caminho por não terem reunido o numero de pessoas suficientes. E assim a APA está num nó górdio difícil de desatar. Cada vez menos associados se interessam pela vida associativa e pagam quotas, cada vez menos possibilidades há para que apareçam projectos alternativos que possam dinamizar a associação. Vou à AG no sábado e levo duas propostas que pretendem ser parte da solução. Podem lê-las em anexo, mas resumo-as desde já: a proposta 1 sugere um perdão parcial de dívida de quotizações em atraso e a proposta 2 faz algumas alterações ao regulamento eleitoral no sentido de tornar a sua aplicação mais transparente e eficaz, eliminando a possibilidade de interpretações divergentes que também impediram a constituição de listas alternativas à única que se apresenta no sábado. O objectivo é muito simples: trazer de volta massa crítica à APA criar condições para que se construa um projecto de dinamização de uma associação que, repito, acho que nos faz falta a todos. A mensagem vai longa mas se ainda tenho a vossa atenção, faço-vos um apelo: apareçam no sábado. Mesmo que não tenham as quotas em dia. Não me parece que Mesa da AG (da qual eu já pedi escusa de participação por ir apresentar propostas para discussão) vos impeça de entrar ou mesmo de participar na discussão. E era tão importante que esta discussão não ficasse entre os suspeitos do costume! A mim não me apetece continuara a ventilar artificialmente uma APA em coma, numa AG onde só estão meia dúzia de membros dos corpos gerentes e que vai eleger novos corpos gerentes nessas condições. Há quem acredite no Pai Natal, eu acredito nas associações e na participação cívica. Tal como a democracia, parecem-me mais sólidas que o Pai Natal. Mas as associações, como a democracia, só sobrevivem com uma participação consciente e activa dos seus membros. Eu vou estar na AG com estas propostas para discussão. É mais um bocadinho do meu esforço e o meu trabalho para propor uma solução viável para que volte a haver associados conscientes e activos que possam fortalecer e revitalizar a APA. Espero ver-vos no próximo sábado! Maria José de Almeida |
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