ZLATOZARA GOCEVA In memoriam Não serei, de certeza, eu a pessoa mais indicada para traçar
o perfil e a biografia da Professora Zlato Não disponho, de momento, de dados biográficos seus, por
exemplo. Posso, pois, apenas dar a minha opinião a Foi, de facto, em Setembro de 1977, no VIIème
Congrès International d'Épigraphie Grecque et Latine, Era uma personalidade cativante logo à primeira vista, sempre
bem disposta, sempre com vontade de que todos os amigos fossem a Sófia dar
conferências, contribuir para o avanço dos estudos da Antiguidade Clássica,
dar-lhes a conhecer as especificidades da sua Trácia. Membro do Instituto de
Tracologia da Academia Búlgara, dirigiu escavações e investigou sobre as
características da religião romana em território trácio, tendo-se debruçado, de
modo particular, sobre a problemática das representações e significado do
cavaleiro trácio (procurou mostrar, por exemplo, que havia diferença
substancial entre o cavaleiro trácio e o cavaleiro medieval…) e sobre as
representações religiosas (das divindades clássicas e indígenas). Historiadora,
portanto, e epigrafista de mérito. Não se poupou a esforços para elevar o estudo da Antiguidade
Clássica do seu país ao lugar que ele merecia, lutando, inclusive, contra todos
os preconceitos, inclusive políticos. Permita-se-me que recorde ter, em 4 de
Setembro de 1987, jantado em sua casa, que ficava na zona residencial de Sófia,
e ter recebido de sua mãe o encargo de entregar uma mensagem pessoal à rainha
da Bulgária, exilada em Cascais (como se sabe) e que eu conhecia. A família
Goceva estivera intimamente ligada à família real; seu pai ocupara uma alta
patente militar e sua mãe trabalhara como voluntária da Cruz Vermelha durante a
II Grande Guerra; e, daí, o relacionamento com a Rainha exilada. Tive, na
verdade, a honra de entregar pessoalmente essa mensagem. Do vasto rol dos seus trabalhos científicos - de que parte
pode ser consultada em http://www.thracians.net/index.php?option=com_content&task=view&id=195&Itemid=79
-
permita-se-me que assinale apenas o mais antigo texto que dela recebi: «Le culte
d’Apollon en Thrace», Pulpudeva
1 1976 34-38; e o mais recente: «La Thrace Pontique et la mythologie grecque»,
in Ancient Greek Colonies in the Black Sea.
Vol. I. Grammenos, D. V., E. K. Petropoulos (Eds), Oxford, 2007, 51-84. (= BAR, International Series 1675 (I), 2007). Uma investigadora de elevada craveira intelectual e
perspicácia, incansável! Que ora descanse em paz!
José d’Encarna
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