Pedro
Geralmente em entrevistas, fazem-nos por vezes percorrer centenas de quilómetros, para discutirmos condições de trabalho, quantas frentes de trabalho (geralmente é sempre mais do que uma e dizem-nos que numa das frentes, imaginemos por exemplo em Grândola - estou a atirar ao calhas - ficaríamos a 20%, e em Aljustrel a 80%, mas com as máquinas sempre em laboração constante... e os sítios arqueológicos que pudessem vir a surgir ? Silêncio sepulcral ou desculpa esfarrapada), valores a auferir, etc.... blá-blá-blá...
E mesmo quando pensamos assim: Éh pá (perdão pelo pá, mas sou homem do povo), um empreiteiro que se preocupa com a Arqueologia e Património !!! E discutimos um valor a contrato de, digamos 900/1000€ mês, que já não é nada mau, na semana a seguir ligam-nos da dita empresa a informar que sim, está tudo bem e podemos começar a trabalhar... por pouco mais de 500€, deslocados, etc.... Se isto não é gozar com a cara de uma pessoa então não sei o que será.
À atenção de todos os colegas que ainda estejam a iniciar actividade neste meio, este meu email apenas serve para os colocar de sobreaviso, pois no mundo laboral que vão encontrar cá fora é sempre necessário estar atento com o que por vezes nos parecem ser situações claras, mas que as não são se não as deixarmos claras nós mesmos.
Desculpem a maçada com este meu pequeno testamento, prometo não abordar mais este assunto em particular nesta lista (mas caso alguém o quiser prosseguir extra archport, o meu email está disponível para salutar discussão acerca desta e de outras temáticas que gravitam em órbita arqueológica).
Saúde, felicidades, trabalho e prosperidade para todos e todas (nestes tempos de choro e ranger de dentes), sem mais de momento e com os meus melhores cumprimentos
Marco Valente
(fatigado, mas ainda momentaneamente atrás do sonho de continuar a ser Arqueólogo em Portugal)