Pode até não parecer, mas, como dizia o
outro, isto anda tudo ligado. O facto desta teoria se basear no paradigma da arte paleolítica subterrânea, quase vinte anos depois da descoberta da arte do Côa e de tudo o que se lhe seguiu, de não apresentar qualquer prova do que afirma, nem justificar porque é que tal esforço seria necessário, pouco importa. Como diz o vídeo: "Il est donc possible!" Mas será verosímil? Conseguir-se-á provar? Não interessa. E isto leva-nos à reflexão. Será que o que temos a dizer enquanto arqueólogos, pré-historiadores ou cientistas, interessa aos nossos concidadãos? Quando vivemos numa sociedade que, aparentemente, prefere acreditar nas teorias de opinião do que em factos. Nas falsas certezas do que na dúvida?
Mas, na verdade, esta é a realidade do mundo em que vivemos, onde, no espaço informativo, os artigos de opinião se sobrepõem às notícias e onde a opinião da véspera se transforma na notícia do dia seguinte.
Não é sobretudo uma realidade assim tão
absurda numa sociedade onde o Estado se demite da sua obrigação no apoio à
cultura e à ciência.
Mas nós temos também alguma responsabilidade neste estado de coisas, enquanto comunidade. Para investigarmos, publicarmos e sermos ouvidos, sujeitamo-nos também a essa lei, enveredando por uma “arqueologia dos superlativos”: o mais antigo, o maior, o melhor preservado…
Haverá sempre alguém que se esquecerá de apresentar provas do que afirma, quando tem um público ansioso por que lhe mintam.
Luís Luís De: archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] Em nome de Ricardo Charters d'Azevedo
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