[Archport] Ilha Terceira: Especialistas iniciam estudo de alegados achados arqueológicos
Ilha Terceira Especialistas iniciam estudo de alegados achados arqueológicos
Uma equipa de 13 especialistas das áreas de Arqueologia, História e
Geologia iniciou hoje uma investigação a alegados achados
arqueológicos na ilha Terceira, nos Açores, anunciou o diretor
regional da Cultura, Nuno Ribeiro Lopes.
País, Lusa
15:05 - 14 de Outubro de 2013 | Por Lusa
"O que gostaríamos é que saísse daqui uma recomendação sobre aquilo
que devemos fazer. Não vamos provar se é verdade ou não é, se é datado
desta ou daquela época", salientou, numa conferência de imprensa, em
Angra do Heroísmo.
Se as condições meteorológicas o permitirem, a comissão de
especialistas terminará o seu trabalho no sábado, dia 19, de manhã,
emitindo depois um relatório com orientações para a Direção Regional
da Cultura.
Nuno Ribeiro Lopes destacou que a comissão é "completamente
independente" e realçou que nem a Direção Regional da Cultura, nem os
especialistas que descobriram locais que consideram ter valor
arqueológico estão representados.
A criação desta comissão surge na sequência de um projeto de resolução
do PPM, que recomenda ao Governo Regional que promova um estudo que
permita a datação de achados nas ilhas Terceira e Corvo, por haver
cientistas que defendem que são anteriores ao povoamento português do
arquipélago.
A iniciativa do PPM foi discutida pela Comissão de Assuntos Sociais da
Assembleia Legislativa da Região, onde foram ouvidos os arqueólogos
Nuno Ribeiro e Anabela Joaquinito, que lamentaram não terem sido
integrados na comissão que vai agora estudar os achados, reclamando
terem descoberto um dos locais em causa.
Por sua vez, o diretor regional da Cultura justificou a não integração
de quem identificou os locais nesta comissão com a necessidade de
manter sua a independência.
"O que queríamos era que as pessoas estivessem livres de preconceito e
pudessem abordar o assunto com toda a clareza", frisou, acrescentando
que cabe à comissão decidir se quer ou não ouvir os cientistas que
identificaram os locais.
A equipa é constituída por Cláudio Torres, responsável pelo Campo
Arqueológico de Mértola, Isabel Albergaria, Avelino Meneses, José
Damião, João Luís Gaspar, Gabriela Queirós, Ana Isabel Gomes e Angus
Duncan, da Universidade dos Açores, Raquel Vilaça, da Universidade de
Coimbra, Ana Margarida Arruda e Ana Catarina Sousa, da Universidade de
Lisboa, Rui Parreira, da Direção Regional de Cultura do Algarve, e
Francisco Maduro Dias, do Instituto Histórico da Ilha Terceira.
Questionado pelos jornalistas, o historiador Avelino Meneses
considerou ser "prematuro" adiantar com quem e quando vai a comissão
falar, tendo em conta que os trabalhos se iniciaram hoje.
"Vamos definir que instrumentos de trabalho carecemos e vamos ponderar
quem deveremos ouvir", frisou.
A Direção Regional da Cultura cedeu a cada elemento da comissão
notícias que foram publicadas sobre os alegados achados e relatórios
que a tutela encomendou, como o da arqueóloga Ana Margarida Arruda,
que integra também a comissão.
Segundo Nuno Ribeiro Lopes, a Direção Regional da Cultura convidou a
arqueóloga a integrar a comissão por considerar que ela tinha "o
direito de confirmar ou alterar a sua própria informação", já que
poderá agora cruzar os seus dados com os de especialistas noutras
áreas, além de ser "a pessoa mais fundamentada em Portugal e
reconhecida internacionalmente sobre a questão fenício-púnica".
A comissão vai investigar três locais na ilha Terceira, Monte Brasil,
Espigão e Quatro Ribeiras, até sábado, escolhendo uma data para
posteriormente alguns elementos visitarem também a ilha do Corvo.
http://www.acorianooriental.pt/noticia/especialistas-iniciaram-hoje-estudo-de-alegados-achados-arqueologicos-na-ilha-terceira