Rádio Universitária do Minho, 2013-12-09: | |
“Uma decisão histórica” na Câmara Municipal de Braga. O executivo aprovou, por unanimidade, a suspensão preventiva do PDM no complexo monumental das Sete Fontes. Para o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio é “uma decisão histórica". É uma decisão "real", com "medidas concretas para promover a defesa do complexo ecomonumental das Sete Fontes e protegê-lo da especulação imobiliária”. Rio relembrou um dos argumentos do anterior executivo, que justificava não existir “experiência dos técnicos na elaboração de planos de salvaguarda”.
“A experiência só se ganha fazendo e era tempo de desenvolver um plano de salvaguarda e é isso que está a ser neste momento preparado”, anunciou o novo autarca. Ao longo dos próximos dois anos, pelo menos, não serão permitidas construções no complexo das Sete Fontes.
Ora, Miguel Bandeira, vereador do urbanismo, sublinhou que esta decisão é a continuidade de uma vontade de muitos bracarenses e não só, "já tem contornos internacionais. Do ponto de vista formal esta é a primeira iniciativa que a Câmara de Braga toma relativamente à salvaguarda e ao potenciamento das Sete Fontes”. O plano de pormenor e salvaguarda das Sete Fontes poderá ser também “um dos primeiros no país”, acrescentou Miguel Bandeira.
O vereador espera conduzir “de outro modo este processo, que contará com a participação pública, com o contributo de todos aqueles que se vêm associando a este projeto”. A autarquia pretende ainda proteger o novo hospital, afastando a possibilidade de criação de urbanizações. “Não queremos que o Hospital de Braga seja um pretexto para novas expansões urbanas e novos tráfegos de atravessamento, que era assim que até agora estavam prescritos se nada fosse feito”, explicou Miguel Bandeira.
A suspensão do PDM vai clarificar algumas questões. Miguel Bandeira reconhece que a autarquia não pode negar o diálogo que terá de decorrer. “Não há direitos efetivos e objetivos de construção num processo que se enquadra no PDM”.
A suspensão preventiva do PDM foi aprovada com os votos favoráveis de todos os vereadores, incluindo os da oposição. O vereador da CDU, Carlos Almeida justificou o voto favorável, saudando a proposta de Miguel Bandeira. Referindo-se ao passado, o comunista relembrou que o anterior executivo “teve nas suas mãos esta possibilidade e não deciciu acolher favoravelmente a sugestão”.
Também os vereadores socialistas votaram favoravelmente a suspensão do PDM. Em conferência de imprensa, Hugo Pires sublinhou que este assunto “é um dos que mostram acordo, acabando por ser um exemplo da oposição construtiva" que o PS quer fazer ao longo dos próximos quatro anos"
Na zona das Sete Fontes não se conserva apenas o aqueduto setecentista. Há também vestígios de estruturas de abastecimento de água à urbe romana e ao burgo medieval. Na cabeceira do vale, foram detectadas evidências de um povoado da Idade da Bronze (covas abertas no saibro e cerâmicas). Não seria de estranhar que se encontrem ainda indícios de um povoado calcolítico, dada a tipologia do alvéolo granítico.
Francisco Sande Lemos |
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