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A Associação dos Arqueólogos Portugueses, reunida em Assembleia Geral hoje, dia 30 de Janeiro de 2014, manifestou por unanimidade a sua enorme preocupação em relação à actual situação da Fundação Côa-Parque,e mandatou a Direcção da AAP para transmitir essa preocupação às entidades responsáveis - primeiro ministro e secretário de Estado da Cultura - bem como aos órgãos de comunicação social, com os quais se conta para a mobilização da opinião pública, em defesa de um dos mais importantes complexos de arte rupestre do Mundo, como foi reconhecido pela UNESCO em 1999.
Esta situação, que já se arrasta há algum tempo, foi recentemente despoletada pelo facto de o Presidente do Conselho de Administração da Fundação Côa-Parque, Dr.Fernando Real, ter afirmado não dispor de meios para pagamento dos salários de Janeiro aos 38 funcionários, por questões de tesouraria. Estas resultam do facto de os membros fundadores, todos eles organismos da administração central e local, não terem cumprido os seus compromissos financeiros, situação agravada pelo recente corte de 50% do orçamento de 2014, inviabilizando o funcionamento do Museu e do Parque e pondo em risco um número significativo de postos de trabalho qualificado, numa região do interior em que o desemprego atinge já níveis muito elevados. Em resultado da situação criada, está também em risco de destruição irreversível um património cultural de valor incalculável, espalhado por uma extensão de mais de 15km, e a manutenção da abertura ao público de um equipamento cultural de grande qualidade, inaugurado em 2010 ( ! ) no qual foram investidos muitos milhões de euros,e que deveria desempenhar um importante papel, em conjunto com outros equipamentos já construídos ou em construção, numa estratégia de desenvolvimento económico sustentável do vale do Douro.
A Associação dos Arqueólogos Portugueses, que desempenhou há quase 20 anos um papel fundamental no salvamento das gravuras do Côa, apela assim a todas as instituições culturais e a todos os cidadãos empenhados na defesa do património cultural do país, no sentido de se manifestarem junto do governo a favor da preservação e valorização do complexo de arte rupestre e do museu do Côa, chamando atenção para a necessidade absoluta do Estado assumir directamente as suas responsabilidades e compromissos internacionais na preservação de um património de tão grande importância a nível mundial, e de tão elevado potencial para o desenvolvimento sustentável da região e do país.
O Presidente da Direcção
(José Morais Arnaud)
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