[Archport] Hoje tem lugar o ciclo de conferências Territórios de Fronteira!

[Grupo de Estudos Evolução Humana <greevh@gmail.com>]

Lembramo-vos que Irá decorrer hoje às 18 horas  novo ciclo Territórios de Fronteira co-organizado pelo Grupo de Estudos em Evolução Humana (GEEVH), pelo Museu Nacional de Arqueologia (MNA) e pelo Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia da Universidade do Algarve (NAP).

O ciclo inclui as palestras de:

Ana Elisabete Pires
Centro de Biologia Ambiental, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa; Grupo de Biologia Molecular, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária – INIAV; Professora Auxiliar Universidade Lusófona

Investigação sobre a origem do cão Ibérico: um estudo zooarqueogenético

A presença de cães na Ibéria pode ser datada de há 8.000 anos (datação directa) ou até mesmo antes (ex. cão de Erralla). Contudo não é claro o processo da sua origem. Foi domesticado a partir do lobo ibérico? Ou terá sido introduzido de outras regiões, p.ex. Sudoeste da Ásia. 
Nesta investigação combinaram-se dados arqueológicos e zooarqueológicos com informação genética de 30 restos de cães com idades compreendidas entre o Mesolítico e a Antiguidade Tardia (8,000-1,400 YBP). Estabeleceu-se também a comparação com um conjunto de dados de cães modernos. Foram investigados vários cenários demográficos relativos a um potencial evento de domesticação na Ibéria utilizando haplotipos de DNA mitocondrial de amostras de cães antigos e modernos.
A análise osteométrica confirmou o estatuto de doméstico para os restos animais antigos. Só 2 dos 6 haplogrupos de DNA mitocondrial descrito para cães modernos foram encontrados em cães antigos da Ibéria – os haplogrupos A e C. Verificamos que o haplogrupo C sofreu ao longo do tempo uma redução de 25-35% nos tempos históricos e pré-históricos para 15% nos cães modernos e com substituição de linhagens do tipo B e D. O resultado mais importante consiste na detecção do haplogrupo A em cães do período Mesolítico numa proporção semelhante à que se detecta nos cães actualmente, 60-70%. Este resultado é consistente com duas interpretações: um evento local de domesticação na Ibéria a partir de lobos ibéricos e/ou a introdução de cães já domesticados com haplotipos tipo A na Ibéria Mesolítica por humanos recolectores com origem no Sudoeste Asiático ou mesmo Norte de África, quer por terra quer por mar, talvez seguindo rotas Mediterrânicas ainda pouco conhecidas.



Cristina Gameiro
UNIARQ

O aprovisionamento em matérias-primas durante o final do Paleolítico Superior em Portugal 

No âmbito de um trabalho académico foi empreendida a revisão da sequência magdalenense da Estremadura e a sua comparação com dados provenientes de outras regiões (Vale do Côa e Bacia do Guadiana). A identificação da proveniência das matérias-primas, presentes nos conjuntos líticos dos sítios arqueológicos estudados, constituiu o primeiro passo da abordagem tecnológica realizada, como compete a uma análise centrada no conceito de cadeia operatória. A análise macroscópica efectuada permitiu identificar algumas fontes de aprovisionamento em matérias-primas siliciosas e distinguir aprovisionamento local (< 5km), regional (entre 5 e 30km) e alóctone (>30km). Consequentemente, foi possível reconhecer territórios de exploração de recursos; avaliar o conhecimento do ambiente geológico por parte destas populações e identificar possíveis trocas entre grupos e/ou eventuais rotas de deslocação das populações pré-históricas durante o final do Paleolítico Superior. Por outro lado, a variabilidade regional identificada nas colecções líticas analisadas pode ser explicada pela adaptação das populações a ambientes litológicos distintos.


Convidamo-vos todos a aparecer no MNA e assistir a este ciclo!

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GEEvH - Grupo de Estudos em Evolução Humana

Departamento de Ciências da Vida (Antropologia)

Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra

Apartado 3046

3001-401 Coimbra

Portugal

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