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Re: [Archport] [Museum] Brincar aos Museus?

To :   manuela cunha <manela_mc@hotmail.com>, port arch <archport@ci.uc.pt>, mty@mail.tmn.pt
Subject :   Re: [Archport] [Museum] Brincar aos Museus?
From :   Manuel de Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Date :   Mon, 19 May 2014 22:19:11 +0100

Caros Amigos.

Chegou talvez a altura de eu alegar aqui com o pondunor requerido.
De facto, uma certa conspiratividade de sussurros começa a requerer de todos aqueles que não perderam ainda a dignidade uma posição e atitude erecta e vertical.
Desta vez foi explícito. A Manuela Cunha veio aqui, explicitamente a esta mensagem, na sequência dela e em resposta a ela, solicitar que removam o seu endereço mail desta lista.
Mas a reacção de Manuela Cunha é contra quem? Contra mim? Contra Pedro Manuel Cardoso? Não, a Manuela Cunha não explicita, deixa o sussuro a pairar.
Ora, porque razão eu entendi imperativo responder a Pedro Manuel Cardoso?
Tive nesta ''mailinglist'' um debate sequencial com Pedro Manuel Cardoso há cerca de quatro anos. Tentei interrogar, na altura, o propósito da proposta com que iniciou a sua intervenção e deambulação pelos mares da museologia. O ''museu da gestualidade'', tópico de extrema profundidade intelectual, ilustrado com páginas de citações bibliográficas ''vanguardistas'', mas que desde logo expunha o seu flanco.
Na altura em que, ainda durante o governo que antecedeu a coligação PSD/CDS, se esboçava um programa estruturado de desmantelamento da rede de museus públicos, quando estava na berlinda a transferência do MNA para a Cordoaria e a sua instalação intercalar no MARL, O ''museu da gestualidade'' de Pedro Manuel Cardoso surgia, expressa e explicitamente, como o manípulo avançado do Museu da Linguagem e da Viagem, o repositório do património imaterial que permitiria o acondicionamento em ''armazém'' do património material cuja gestão se tornava então muito incómoda e dispendiosa.
Os dispositivos museológicos que o estado teria então que tutelar aglutinar-se-iam então em meia dúzia de cabeças, repositórios imateriais de todo o património, em balbúcios e manguitos, entre a linguagem e a gestualidade.
O museu da gestualidade de Pedro Manuel Cardoso era, como desde logo assinalei, um programa político. Por detrás do museu da gestualidade de Pedro Manuel Cardoso, morava um programa de partilha entre privados e semi-privados do espólio museológico material. O público passaria a usufruir do património imaterial, seja a propaganda.

http://archres.blogspot.pt/2010/04/proposito-de-material-e-imaterial.html

Vou deixar aqui ligação, para que os leitores possam rememoriar o debate que eclodiu entre mim e Pedro Manuel Cardoso.
Assinalei também, na minha ulterior mensagem, a minha indignação com a forma como Pedro Manuel Cardoso apresentou a sua contribuição doutrinária, propondo-a como mérito inquestionável, para a propor como mercancia.
Entretanto penso nas humildes e balbuciante contribuições que tenho partilhado em múltiplos espaço de acesso público, sujeitando-as ao escrutínio de pressupostos leitores. Nunca aleguei plágio quando constato que alguns, possivelmente muitos, retomam ideias e tópicos que propus, por vezes tão explicitamente, para partirem para novas explorações. Embora considere de mau gosto certos oportunismos, como aquele que consiste em refazer uma ficha de inventário apagando, pura e simplesmente, as antecedentes, para que não se entenda que a contribuição da nova versão incide meramente em detalhes. Cito expressamente as fichas de inventário da extinta DGEMN.

Bem, mas o que é certo é que este ruído conspirativo e visivelmente compulsório, de vir, no âmbito de um debate, solicitar aos administradores da ''mailing list'' que removam endereços, não me demove, nem serve de dispositivo inquisitorial e censório.

Um Abraço.

Manuel.


No dia 19 de Maio de 2014 às 22:13, Manuel de Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com> escreveu:
Caros Amigos.

Chegou talvez a altura de eu alegar aqui com o pondunor requerido.
De facto, uma certa conspiratividade de sussurros começa a requerer de todos aqueles que não perderam ainda a dignidade uma posição e atitude erecta e vertical.
Desta vez foi explícito. A Manuela Cunha veio aqui, explicitamente a esta mensagem, na sequência dela e em resposta a ela, solicitar que removam o seu endereço mail desta lista.
Mas a reacção de Manuela Cunha é contra quem? Contra mim? Contra Pedro Manuel Cardoso? Não, a Manuela Cunha não explicita, deixa o sussuro a pairar.
Ora, porque razão eu entendi imperativo responder a Pedro Manuel Cardoso?
Tive nesta ''mailinglist'' um debate sequencial com Pedro Manuel Cardoso há cerca de quatro anos. Tentei interrogar, na altura, o propósito da proposta com que iniciou a sua intervenção e deambulação pelos mares da museologia. O ''museu da gestualidade'', tópico de extrema profundidade intelectual, ilustrado com páginas de citações bibliográficas ''vanguardistas'', mas que desde logo expunha o seu flanco.
Na altura em que, ainda durante o governo que antecedeu a coligação PSD/CDS, se esboçava um programa estruturado de desmantelamento da rede de museus públicos, quando estava na berlinda a transferência do MNA para a Cordoaria e a sua instalação intercalar no MARL, O ''museu da gestualidade'' de Pedro Manuel Cardoso surgia, expressa e explicitamente, como o manípulo avançado do Museu da Linguagem e da Viagem, o repositório do património imaterial que permitiria o acondicionamento em ''armazém'' do património material cuja gestão se tornava então muito incómoda e dispendiosa.
Os dispositivos museológicos que o estado teria então que tutelar aglutinar-se-iam então em meia dúzia de cabeças, repositórios imateriais de todo o património, em balbúcios e manguitos, entre a linguagem e a gestualidade.
O museu da gestualidade de Pedro Manuel Cardoso era, como desde logo assinalei, um programa político. Por detrás do museu da gestualidade de Pedro Manuel Cardoso, morava um programa de partilha entre privados e semi-privados do espólio museológico material. O público passaria a usufruir do património imaterial, seja a propaganda.


Vou deixar aqui ligação, para que os leitores possam rememoriar o debate que eclodiu entre mim e Pedro Manuel Cardoso.
Assinalei também, na minha ulterior mensagem, a minha indignação com a forma como Pedro Manuel Cardoso apresentou a sua contribuição doutrinária, propondo-a como mérito inquestionável, para a propor como mercancia.
Entretanto penso nas humildes e balbuciante contribuições que tenho partilhado em múltiplos espaço de acesso público, sujeitando-as ao escrutínio de pressupostos leitores. Nunca aleguei plágio quando constato que alguns, possivelmente muitos, retomam ideias e tópicos que propus, por vezes tão explicitamente, para partirem para novas explorações. Embora considere de mau gosto certos oportunismos, como aquele que consiste em refazer uma ficha de inventário apagando, pura e simplesmente, as antecedentes, para que não se entenda que a contribuição da nova versão incide meramente em detalhes. Cito expressamente as fichas de inventário da extinta DGEMN.

Bem, mas o que é certo é que este ruído conspirativo e visivelmente compulsório, de vir, no âmbito de um debate, solicitar aos administradores da ''mailing list'' que removam endereços, não me demove, nem serve de dispositivo inquisitorial e censório.

Um Abraço.

Manuel.



No dia 19 de Maio de 2014 às 15:37, manuela cunha <manela_mc@hotmail.com> escreveu:


remover este e-mail da mailing list

obrigada pela atenção

Date: Thu, 15 May 2014 22:43:51 +0100
From: arteminvenite@gmail.com
To: mty@mail.tmn.pt
CC: museum@ci.uc.pt
Subject: Re: [Museum] Brincar aos Museus?


Caro Pedro Manuel Cardoso.

Serve esta para exprimir a minha profunda rejeição face à sua última intervenção.
Torna-se de facto urgente aclarar o que possa ser ''remunerar'' o interesse privado com o património público. Que interesses privados, em que circunstâncias, à custa de que público.
Não posso deixar de lhe dizer ainda que senti como ironia de mau gosto a valorização em ''cash'' que acaba de fazer do seu saber.
Perdoe-me, mas não podia deixar de o dizer. Assim de forma espontânea, embora esteja a preparar uma análise cuidada da sua doutrina.

Um Abraço.

Manuel.


No dia 15 de Maio de 2014 às 22:08, Pedro Manuel Cardoso <mty@mail.tmn.pt> escreveu:

Recebi a notícia através de uma ilustre Colega.

A notícia de que o Museu do Brinquedo em Sintra será encerrado.

Um museu que fecha é sempre um acontecimento triste.

Que deve merecer a solidariedade para com os profissionais que se dedicam com denodo, competência, e generosidade à causa do Património.

A referida Colega lembrou-me a mensagem que enviei há dias sobre a «Reforma da Política Pública de Museologia e Património».

Talvez o silêncio fosse a atitude mais prudente. Mas seria uma atitude improdutiva e oca.

Uma Reforma, como a que propusemos, não defende a gratuitidade; é avessa à subsídio-dependência, e não se alimenta da guerrilha da lamúria. Porque, como este exemplo prova, lá vem o dia em que tudo se desmorona. Dizem que o Museu fecha porque, exatamente, deixou de haver “sustentabilidade financeira”. E porque essa sustentabilidade estava assente nessa excessiva dependência do Estado (local). Ora, aí está. A relação entre o Público e o Privado não estava desenhada para ser sustentável. Provavelmente a culpa não é dos termos, mas do desenho da relação.

Não acredito que não haja quem conseguisse reverter essa insustentabilidade. Por certo, haverá quem consiga remunerar devidamente o interesse Privado, salvaguardando o interesse e a falta de recursos financeiros do lado Público. Sei que existem jovens e menos jovens, profissionais de museologia e património, que o conseguiriam.

Para quem não acredita terei muito gosto em enviar «O QUE É A MUSEOLOGIA E O PATRIMÓNIO?». Desde que receba 20 € por transferência bancária, para NIB 0036 0000 9910 5805 311 58, do Montepio Geral.

Porque custa dinheiro? Porque o princípio da gratuitidade afasta a exigência e a competência. Gera o facilitismo. Porque é o mérito que cria valor. E o valor acrescenta riqueza. Havendo riqueza, então, haverá sustentabilidade … e alguma coisa para distribuir.

A relação entre o Público e o Privado na política de museologia e património não é uma brincadeira.

Pedro Manuel-Cardoso

 





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