Re: [Archport] Faleceu o Dr. António Cavaleiro Paixão

["Luiz Oosterbeek" <loost@ipt.pt>]

Recebi ontem a triste notícia, e hoje tive acesso á internet e ás diversas mensagens de colegas, que convergem com aquilo que lembro do Dr. Cavaleiro Paixão. Cruzei-me muitas vezes com ele no início da minha vida de arqueólogo, e trabalhei com ele durante algum tempo em Egitânia. Mais que tudo, recordo a sua grande amabilidade, generosidade e elegância no trato. Coisas que vão, infelizmente, escasseando em tempos de ansiedade e esquecimento. Fiquei triste com a notícia, e à Drª Judite aqui deixo as minhas condolências.

 

Luiz Oosterbeek

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Pró-Presidente do Instituto Politécnico de Tomar

Av. Dr. Cândido Madureira 13, P - 2300 Tomar, Portugal

Tel. +351249346363; Fax. +351249346366

 

Secretary-General of UISPP (Union Internationale des Sciences Préhistoriques et protohistoriques)

 

Quoting José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>:

         Acaba de me informar o Dr. António Faria de que faleceu o Dr. António Cavaleiro Paixão. O corpo será velado hoje, a partir das 17h, na igreja de São Francisco de Assis, junto ao Cemitério do Alto de São João, estando prevista para amanhã, às 16 h, no mesmo local, a celebração da missa por sua alma.

 

         Discípulo de D. Fernando de Almeida, seguramente um dos primeiros da sua geração, na Faculdade de Letras de Lisboa, Cavaleiro Paixão acompanhou o Mestre nos trabalhos arqueológicos de Tróia, tendo, inclusive, assinado com ele alguns artigos, como foi o caso de «Monumentos arqueológicos e visigóticos de Arranas (S. João dos Azinhais, Torrão, Alcácer do Sal)», Setúbal Arqueológica IV 1978 215-226. Coube-lhe depois a direcção das escavações em Alcácer do Sal, nomeadamente na necrópole do Senhor dos Mártires, que trouxeram a lume, como se sabe, algumas das mais notáveis descobertas da época imediatamente anterior à chegada dos Romanos, demonstrando-se a íntima relação desse porto com o Mediterrâneo Oriental. Recorde-se que apresentou, no Congresso de Arqueologia de 1970, em Coimbra, a notícia do achado aí de três escaravelhos egípcios.

         De índole discreta e não muito propenso à escrita, Cavaleiro Paixão não se preocupou tanto como todos nós desejaríamos a transmitir os resultados dos trabalhos que proficientemente dirigiu. Seguiu, como técnico, a carreira de arqueólogo sempre ligado ao organismo do Estado que, com sucessivas designações, foi, no âmbito da Cultura, superintendendo ao património arqueológico.

         Deixa viúva a Dra. Judite Cavaleiro Paixão, também ela arqueóloga nos primeiros tempos da sua actividade profissional.

         Em nome da administração da archport (e penso interpretar também o sentir de todos os ?archportianos?) apresento à família enlutada ? de modo especial à Drª Judite ? os mais sentidos pêsames!

                                                                                                                 José d?Encarnação