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Re: [Archport] Da investigação , das universidades e da língua portuguesa...

To :   Maria Moreira Baptista de Magalhães Ramalho <mariabaptistaramalho@hotmail.com>, ARCHPORT <archport@ci.uc.pt>
Subject :   Re: [Archport] Da investigação , das universidades e da língua portuguesa...
From :   Vítor Oliveira Jorge <vitor.oliveirajorge@gmail.com>
Date :   Mon, 11 Aug 2014 10:03:39 +0100

Title: Re: [Archport] Da investigação, das universidades e da língua portuguesa...
Meus amigos:
O primeiro trabalhito que escrevi foi sobre computadores aplicados à arqueologia, publicado em 1968.
Graças ao contacto com várias pessoas em Lisboa, vários amigos que me influenciaram positivamente, percebi que estávamos a entrar, a nívdel global, numa nova era.
Não vou estender-me aqui em considerações... Apenas para dizer que as novas tecnologias, o próprio conceito de informação (que tende a substituir o de conhecimento), tudo isso estendido àquilo que alguns autores chamaram o imaterial (Gorz), ou o capitalismo cognitivo (Boutang),etc., mesmo a “crise” que estamos a viver,  e que como sabemos é inerente ao sistema que há alguns séculos nasceu no Ocidente e hoje se globalizou, o domínio na Europa dos países do Norte, que representam a vitória do protestantismo relativamente ao catolicismo, etc., etc., etc., tudo isso se articula perfeitamente. Claro que a história não acabou, claro que Portugal é apenas um minúsculo país com o seu minúsculo governo nesta imensa conjuntura, claro que as Universidades são, para repetir o velho Althuesser, “aparelhos ideológicos do Estado”, claro, claríssimo, não somos inocentes, não nos admiramos, apenas nos assustamos com razão com o sentido (a sua dimensão e rapidez) que as coisas estão a tomar. Toda a questão é saber se o avanço da tecnologia, desenvolvida e posta ao serviço de minorias, e não da população mundial – o mundo está permeado por mafias assustadoras e ocorrem massacres tremendos, como todos bem sabemos, e certamente muita coisa que não sabemos – é irreversível no sentido de nos levar para a catástrofe (ecológica, desde logo) ou se, como messianicamente pensava Benjamin, ainda haverá uma solução para esta humanidade.
É um problema geral, de forma que é importante olharmos para os sintomas desse problema geral como sintomas...
Uma das explicações “sistémicas” para o chamada morte das civilizações, por exemplo apresentada por tantos antropólogos, é que, quando estas se tornam demasiado integradas (todos os seus subsistemas com alto grau de interdependência mútua) tendem para a extinção. A civilização a que pertencemos extinguir-se-á também, por certo, neste mundo. Mas os que achamos que o mundo ocidental, apesar de tudo, criou um Bach, criou um Hegel ou um Marx, criou um Freud ou um Lacan, para citar apenas uma minúscula minoria, perguntamo-nos: que herança passará para as gerações futuras?
É certo que um dia o sistema solar estoirará, e pelo menos neste espaço-tempo do universo as coisas acabarão para sempre. Mas que sei eu para falar disso?...
Boas férias, entretanto!
Vítor O. Jorge


On 14/08/10 22:59, "Maria Moreira Baptista de Magalhães Ramalho" <mariabaptistaramalho@hotmail.com> wrote:

A propósito do debate sobre as universidades e a língua portuguesa, deixo este anúncio  que me parece bastante elucidativo.
O conteúdo, a forma (o português utilizado), a sociedade/universidade que se está a criar (universidades que aliás admiro), cada vez mais complexa, mais afastada do real e menos todo isso que se apregoa nos objectivos do programa doutoral...

Ou serão os meus olhos ?

 
Maria Ramalho

Encontram-se abertas as candidaturas ao Programa Doutoral e-Planning. Trata-se de um programa conjunto da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL, da Faculdade de Ciências da UL e da Universidade de Aveiro.

Objectivos do PD e-Planning
O rápido progresso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) permitiu avanços significativos tanto no sector privado como público. Em particular, as novas TIC trazem novas condições para melhorar a governação (incluindo governo electrónico), a administração pública e serviços de interesse público essenciais, sejam eles providenciados pelo Estado, empresas privadas ou sociedade civil. Mas novas condições acarretam novos problemas, levantando questões muito além do uso da Internet para a prossecução de serviços públicos ou ajustamento desses serviços à novas ferramentas TIC.
O planeamento é uma disciplina vasta, que se aplica desde a formulação e implementação de políticas, da análise institucional aos quadros regulatórios, do processo decisório à participação pública. O planeamento é uma interface essencial entre os órgãos de governo e os cidadãos e suas organizações, sejam elas com ou sem fins lucrativos, de natureza social, económica, ambiental ou cultural.
O e-Planning é uma área emergente na interface destes domínios. O foco do Programa Doutoral em e-Planning é o estudo e o desenvolvimento das interacções entre as TIC e o planeamento e das questões emergentes nestas áreas, com especial ênfase na capacitação dos cidadãos para intervir na vida pública. O Programa integra o grau de doutoramento com uma agenda de investigação, programas de intercâmbio nacional e internacional, e programas de ligação entre a academia, as empresas e a sociedade civil.
Agenda de investigação e-Planning
Infra-estrutura de conhecimento e Planning ‹ Mapear a sociedade do conhecimento e o conhecimento sobre planeamento.
e-Planning para o governo do futuro ‹Governo mais eficiente e responsável ao nível local, nacional e internacional; mais próximo dos cidadãos, mais capacidade, melhores serviços.
e-Planning para nova governância ‹ Novos serviços para o bem comum, melhores instituições, criação de capacidades institucionais, melhor regulação para um mercado mais transparente e para enfrentar as actuais falhas de marcado, melhor equilíbrio entre segurança e eficiência vs. Liberdade, ferramentas para melhor equidade e menos exclusão.
e-Planning para a cidade e o território ‹ Cidades com melhor qualidade de vida, novas funcionalidades, promotoras de inovação, mais atractivas e competitivas; melhor planeamento territorial, incorporando as novas TIC; caminhos para a eficiência de uso dos recursos e um estilo de vida sustentável.
e-Planning para a nova cidadania ‹ Capacitar cidadãos melhor educados e informados, mais participativos, críticos e responsáveis; melhor balanço entre os desafios tecnológicos e a ética, liberdade e privacidade pessoal.

Estrutura curricular e plano de estudos
http://www.fct.unl.pt/sites/default/files/documentos/candidato/3º%20ciclo/E-Planeamento/e-planningJointPhD_newEdition2013_resumo.pdf

Condições de acesso para o ano lectivo 2014/15
http://www.fct.unl.pt/candidato/doutoramentos/doutoramento-em-e-planeamento-e-planning

Candidaturas na FCT-UNL
https://clip.unl.pt/candidatura/terceiro_ciclo

       
       





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