Em resposta a Vitor O. Jorge, claro que todas estas preocupações com a universidade, a língua a sociedade etc, em termos geológicos não têm qualquer importância, a terra continuará por aí a girar, mas para nós humanos e para mais uns milhares de seres vivos que arrastaremos connosco é que me parece preocupante ... A propósito do tema e como faz tão bem Vitor O. Jorge, deixo aqui também algumas passagens reveladoras do génio visionário de um autor, neste caso Guy Debord, que viu na Sociedade do Espectáculo a tal civilização totalmente integrada (um convite à leitura de Verão): - "Num mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso" . - O falso forma o gosto e sustenta o falso, fazendo cientemente desaparecer a possibilidade de referência com o autêntico. Refaz-se mesmo o verdadeiro, desde que seja possível, para fazê-lo assemelhar-se ao falso". - Jamais a censura foi tão perfeita. Jamais a opinião daqueles a quem se faz crer ainda, em certos países, que são cidadãos livres, foi tão pouco autorizada a tornar-se conhecida, cada vez que se trata de uma escolha que afectará a sua vida real. Jamais foi permitido mentir-lhes com uma tão perfeita ausência de consequência. O espectador é suposto ignorar tudo, não merecer nada. Quem olha sempre para saber a continuação, jamais agirá: e tal deve ser o espectador. Comentários sobre a Sociedade do Espectáculo, 1988. Edição Mobilis in Mobile, 1995
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