O Castelo de São Jorge na génese da Calçada Portuguesa
|
|
No dia 15 de abril, às 17h, a Sala Ogival do Castelo de São Jorge, acolhe a palestra "O Castelo de São Jorge na génese da Calçada Portuguesa".
Foi no Castelo de São Jorge que surgiu a calçada portuguesa tal como hoje a conhecemos aplicada em espaços exteriores e em grande escala.
|
|
|
A paternidade deste tipo de calçada em Portugal está atribuída ao tenente-general Eusébio Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado (1777-1861), então governador de armas do Castelo de São Jorge, que é considerado o seu “inventor”. Certamente conhecedor de técnicas de construir pavimentos e do mosaico romano, Pinheiro Furtado, em 1842, concebeu um motivo em ziguezague, uma representação clássica do ondular do mar, a preto e branco, para calcetar a parada militar do quartel que então existia no castelo. Para o executar recorreu à mão-de-obra dos prisioneiros que tinha à sua guarda que, por trabalharem com uma corrente atada ao tornozelo, eram conhecidos por grilhetas.
|
|
Foi tal o sucesso que, em 1844, o município providenciou meios para que a calçada se estendesse a outros pontos da cidade, destacando-se, em 1848, o Rossio. Aqui, a representação do mar transmutava-se da rigidez geométrica do ziguezague na ilusão ótica do ondular do motivo Mar largo que até 1919 haveria de definir a paisagem urbana da praça, reposto com menos fulgor na viragem do milénio. Porém, já se havia instalado em outras paragens longínquas, em Manaus e no Rio de Janeiro. Desta última virou símbolo e alagou outras paisagens urbanas do Brasil. Espraiou-se também por paragens africanas e asiáticas e mesmo por Portugal.
|
|
|
A palestra, evocativa da primeira grande calçada portuguesa cujo impacto na opinião pública contribuiu para alterar drasticamente a paisagem urbana de uma cidade que não primava pela monumentalidade, deambulará também por esses outros territórios, fazendo o percurso dos tapetes de pedra que representam a água, enquanto metáfora do chão que pisamos e do mar que nos une.
|
|
|
|
|
|
|