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Car@s colegas, No próximo dia 22 de maio, decorrerá, no auditório do Museu Arqueológico do Carmo, às 18h00, a reunião da Secção de História da Associação dos Arqueólogos Portugueses, no âmbito da qual será proferida a seguinte a conferência:
Sobre a tecnologia de produção de ornamentos de vidro dos séculos XVI e XVII. Estudo de caso: o Convento de Santana (Lisboa) e a Igreja de Santa Maria do Castelo (Torres Novas), por Sylwia Siemianowska (Institute of Archaeology and Ethnology Polish Academic of Sciences), Rosa Varela Gomes (NOVA/FCSH – Instituto de Arqueologia e Paleociências/ História, Territórios e Comunidades- CFE), Mário Varela Gomes (NOVA/FCSH – Instituto de Arqueologia e Paleociências/ História, Territórios e Comunidades- CFE) e Dana Rohanová (Department of Glass and Ceramic, University of Chemistry and Technology of Praga).
Durante séculos, o vidro constituiu símbolo de prosperidade económica, de ligações políticas e de comércio alargado. As suas propriedades únicas, como a cor, brilho, transparência, durabilidade e a atração estética, tornaram-no num material valioso. Fernández Navarro observou que o vidro tem sido fiel companheiro da humanidade, unindo utilidade e beleza. Ele tem sido utilizado para muitos fins, desde recipientes, a joias, vitrais ou peças de jogo, pesos e até em granadas. As mudanças nos tipos de vidro utilizados, bem como a direção do seu comércio, são claramente reconhecíveis durante os períodos de crise. Estes, relacionam-se, por um lado, com as ações de colonização e conquista e, por outro lado, com as inovações tecnológicas, as correntes do pensamento e novas ideias, ou com o universalismo europeu que se difunde em determinados períodos. Devido à sua notável adaptabilidade e ao seu potencial para imitação de materiais preciosos, o vidro ofereceu alternativa única e acessível às peças dispendiosas, elaboradas em matérias-primas raras. As joias feitas inteiramente de vidro, como muitos anéis, pulseiras e contas, foram apreciadas em diferentes sociedades, desde tempos pré-romanos até aos nossos dias.
Apresentam-se os resultados mais recentes de análises de composição química e aspetos técnicos de produção, a partir dos testemunhos de joias de vidro do Convento de Santana, em Lisboa, e da Igreja de Santa Maria do Castelo, em Torres Novas. Também será feita breve apresentação sobre a produção e uso de anéis e pulseiras de vidro ao longo da história.
As escavações arqueológicas das áreas onde se situavam o Convento de Santana (Lisboa, sécs XVI-XIX) e a Igreja de Santa Maria do Castelo (Torres Novas, sécs XIV-XIX) trouxeram à luz do dia restos das suas estruturas e milhares de artefactos de diferentes tipos. Entre eles, encontraram-se numerosos vidros, incluindo recipientes diversos, contas, anéis e fragmentos de pulseiras. Em 2023, foram efetuadas as primeiras análises da composição química de anéis e pulseiras, selecionados dos contextos mencionados. A maior parte daqueles era constituída por vidro sódico-cálcico (sódio-cinza), com maior teor de Al2O3. Em 2024, investigação mais aprofundada de algumas contas de vidro e de produtos semiacabados (varetas de vidro), revelou convergência tecnológica com os anéis de vidro. Assim, confirma-se a hipótese de, pelo menos, alguns dos adereços de vidro encontrados no Convento de Santana (Lisboa) terem sido fabricados em oficina da própria instituição. Eles representam novo contributo significativo para o conhecimento do contexto da produção vidreira portuguesa, dos séculos XVI e XVII.
Se preferir, pode assistir online através do Teams clicando aqui ou com as seguintes credenciais:
ID da Reunião: 387 903 385 595 4 Código de acesso: D6sj2hT9
(esta sessão será gravada para fins de divulgação)
Contamos com a vossa presença. ![]()
Associação dos Arqueólogos Portugueses Largo do Carmo 1200-092 Lisboa
Tel: 212 451 551 (chamada para a rede fixa nacional)
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