Educação Patrimonial: como comunicar?
8 de Novembro, Évora
A Educação Patrimonial é, por natureza, uma prática de encontro entre pessoas e lugares, entre passado e presente, entre saber e experiência. A sua força reside no contacto direto com o património: no toque da pedra, na observação do detalhe, no gesto de reconstruir, de compreender, de partilhar e aprender em conjunto. É, portanto, uma pedagogia profundamente presencial e vivencial.
Mas, num tempo em que a comunicação, sobretudo a digital, se tornou inescapável para informar, mobilizar e obter reconhecimento social, também a Educação Patrimonial enfrenta os seus desafios de se tornar comunicável como forma de se dar a ver e ouvir, de se compreender e valorizar além dos espaços onde acontece.
Como comunicar, então, sem diminuir a sua essência experiencial?
A resposta talvez passe por integrar a comunicação como parte da própria prática de Educação Patrimonial. Por usar os meios digitais não apenas para divulgar atividades, mas para prolongar a sua vivência, documentar processos, criar comunidades de interesse e envolver novos públicos.
Para isso, é necessário investir em competências e recursos de comunicação, da fotografia e do vídeo à escrita acessível, das redes sociais ao contacto com os media, e, acima de tudo, conseguir manter uma comunicação coerente e consistente que traduza o valor do trabalho no terreno.
Os ganhos são evidentes: maior visibilidade, reforço da credibilidade institucional ou pessoal, atração de novos públicos e reconhecimento social do papel educativo do património. Mas as dificuldades também são muitas: a falta de recursos, tempo e de competências especializadas, a tensão entre o rigor e a simplificação que as redes sociais exigem, a dispersão da atenção num ambiente saturado de informação.
A reflexão sobre estes desafios está no centro da mesa-redonda “Educação Patrimonial: como comunicar?”, organizada por Sara Cura, Miguel Serra e Nelson J. Almeida, com moderação de Sara Cura, e a participação de Eduardo Porfírio (Câmara Municipal de Sintra), Miguel Serra (Câmara Municipal de Serpa), Pedro Cura (Pre&Historic Skills) e Susana Nunes (Palimpsesto).
Vamos discutir ferramentas, dificuldades e sucessos, mas sobretudo esta Mesa Redonda pretende, através das experiências dos convidados, pensar uma comunicação patrimonial que una o presencial e o digital, as pessoas e os territórios e, claro, a memória e o futuro — porque comunicar o património é assegurar a sua relevância social e educativa e promover o diálogo sobre o que fomos e o que queremos ser.

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