Dia 9 de janeiro realizar-se-á o próximo workshop 50Layers: Descolonização, Democracia e Arqueologia.
Terá lugar no Anfiteatro III da FLUL - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Com a Revolução dos Cravos, Portugal comprometeu-se com três D: Democratizar, Descolonizar e Desenvolver. Dos três, a descolonização foi talvez o processo mais expedito. No final de 1975, pouco mais de um ano depois do 25 de Abril, praticamente todos os territórios colonizados por Portugal tinham tido a sua independência reconhecida. Mas será que esse processo terminou assim?
Neste workshop voltamos ao conceito de descolonização e questionamos a sua definição como um processo formal, estritamente associado ao fim do império e à formação dos novos estados daí decorrente. O processo colonial, multissecular, gerou um modo de estar no mundo muito particular que reconhecemos hoje no extrativismo económico, na hegemonia de um modelo de produção de conhecimento centrado na Europa, ou na hierarquização de grupos sociais em função de ideias raciais, étnicos, classistas, ou de género. Tudo isto, a que podemos chamar de colonialidade, influenciou a nossa imaginação sobre o passado e a forma como nos relacionamos na prática da arqueologia. Sendo assim, será que a descolonização está completa?