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[Archport] Publicação do Tholos de Cardim 6

Subject :   [Archport] Publicação do Tholos de Cardim 6
From :   António Valera <antoniovalera@era-arqueologia.pt>
Date :   Tue, 11 Jun 2019 14:16:18 +0000

Acaba de ser editado o volume monográfico 3 da colecção ERA Monográfica dedicado ao Tholos de Cardim 6, o qual pertence ao grande complexo arqueológico de Porto Torrão, Ferreira do Alentejo.

 

O download poderá ser feito no site do NIA, na secção de publicações / monografias & livros: http://www.nia-era.org/publicacoes/cat_view/18-monografias-livros

 

Resumo: O Tholos de Cardim 6 foi identificado e intervencionado no âmbito da fase de obra do Bloco de Rega de Ferreira, Figueirinha e Valbom associado ao empreendimento de Alqueva, obra da responsabilidade da EDIA, SA.

A intervenção, realizada pela ERA Arqueologia S.A. revelou um conjunto arquitectónico funerário constituído por várias estruturas dispostas em torno de um átrio, correspondendo aquela que foi escavada a um monumento de tipo tholos. Apresenta uma câmara circular semi subterrânea, com paredes e cobertura em alvenaria e poste central. O corredor era igualmente semi subterrâneo e revestido a lajes de xisto. Câmara e corredor apresentavam um pavimento em argila. O monumento encontrava-se orientado a Este (86º).

Apesar dos revolvimentos que sofreu, foi possível identificar três fases de utilização da câmara, as duas primeiras com deposições secundárias, constituindo ossários e grupos de ossos dispersos, e a terceira correspondendo a uma deposição primária de um sub-adulto.

O material votivo é constituído por cerâmicas, incluindo recipientes campaniformes, pontas de seta, lamelas, um punção metálico, fragmentos de lâminas, um fragmento de alfinete em osso e uma pequena enxó.

O número de ossos humanos registado é relativamente reduzido (321), correspondendo a um número mínimo de oito indivíduos, sendo quatro não adultos e quatro adultos. Entre os adultos foi possível identificar pelo menos um indivíduo do sexo feminino e dois do sexo masculino.

Oito datações de radiocarbono situam a utilização deste monumento no terceiro e transição para o quarto quartel do 3º milénio AC (2500-2150).

O monumento é interpretado como fazendo parte de um dos vários núcleos funerários que circundam perifericamente o complexo de recintos de fossos do Porto Torrão, sendo um dos raros casos no interior alentejano em que a cerâmica campaniforme decorada está presente num contexto funerário.

 

 

 

António Valera

NIA – Núcleo de Investigação Arqueológica

 

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