Entendeu o Museu Nacional de Arqueologia, no âmbito da sua programação Mostra Espanha 2019, organizar, conjuntamente com o Centro de Arqueologia de Lisboa da Câmara Municipal de Lisboa, o Museo Nacional de Arte Romano e o Consórcio Ciudad Monumental de Mérida, esta exposição, para que se conheça melhor o legado romano – nossa cultura e património comuns.Para além do contributo das entidades envolvidas, foram fundamentais os inúmeros estudos sobre o tema, designadamente os que foram publicados nas Actas do Colóquio Internacional de Tróia 6-8 de Outubro de 2010 , Lucius Cornelius Bocchus: Escritor Lusitano da Idade de Prata da Literatura Latina, editado pela Academia Portuguesa da História e Real Academia de la Historia. Lisboa - Madrid 2011, onde José d'Encarnação, que colaborou nesta exposição, dedica um trabalho sobre Cornelii Bocchi de Olisipo, Scallabis e Salacia
Cornelii.
Lucius Cornelius Bocchus é um cidadão romano nascido na Lusitânia, pertencente a uma família muito representada na epigrafia de Salacia (Alcácer do Sal), aceitando-se que aquela ali se tenha fixado no final da República / início do Império. Foi homenageado em várias cidades. Algumas inscrições, identificadas em centros urbanos na antiga província da Lusitânia romana e mesmo em outros pontos do Império, apresentam idêntico apelido Bocchus, mas nomeiam diferentes ascendentes paternos, referindo-se, pois, a mais do que um indivíduo.
Lucius Cornelius Bocchus é necessariamente uma figura proeminente na elite social, na economia e no governo de algumas das principais cidades da província, mas também na capital desta, Augusta Emerita (Mérida), na primeira metade do século I d. C..