Caro amigo:
Agrada-me que tenha curiosidade de ler o livro, embora talvez não seja pelas melhores razões.
Conforme se poderá ler na respectiva Nota Prévia do livro:
"Este é o último de um conjunto de livros, pensado inicialmente para ser uma trilogia, mas que acabou por dar origem a uma tetralogia, por razões que tiveram a ver com a necessidade de imprimir um certo ritmo às diversas partes constituintes da narração e de cada obra poder ser lida de uma forma independente, sem prejuízo de o autor entender que só a leitura sequencial dos quatro volumes poderá permitir ao leitor apreciar devidamente o caráter, as ações e motivações das diferentes personagens".
Por isso, eu recomendaria aos meus amigos que, mesmo que não lessem os 4 livros, pelo menos começassem pelo "Princípio do Fim" que, de certo modo, introduz este último no tocante ao ambiente social e político-militar.
Continuando a seguir a Nota Prévia, posso acrescentar o seguinte:
."(...) por aqui perpassa a evolução da guerra na Guiné e nos restantes territórios africanos, a incapacidade do governo de então de abraçar as soluções negociadas que lhe foram propostas para terminar o conflito, o cansaço da estrutura militar, lutando com falta de meios humanos e materiais, a consciência dos quadros das forças armadas que serviam na Guiné de que aquele conflito só poderia ter uma solução política. Por cima disso pairava o seu temor de que, em caso de derrota militar, lhes viesse a acontecer o mesmo que aos militares que se encontravam no chamado “Estado da Índia”, aquando da invasão pela União Indiana, aos quais foi atribuído o labéu de traidores, transformados em bodes expiatórios de todos os erros dos políticos de Lisboa. Daí até à consciência de que a situação só se alteraria, a partir da capital – centro do poder - foi um pequeno passo, tendo sido a desastrada solução da promoção dos capitães do Exército oriundos de milicianos ultrapassando os procedentes da Academia Militar, o rastilho que faltava para incendiar os ânimos e se começar a urdir um golpe militar que haveria de ter a sua expressão a 25 de Abril de 1974, fracassada que foi a tentativa do 16 de Março, golpe esse que, em breve, a dinâmica dos acontecimentos, transformaria numa verdadeira revolução."
Mais não posso adiantar. O livro, como os três anteriores, combina a ficção com a realidade - sendo ficção muito do que se refere a alguns dos personagens principais e realidade tudo o que respeita a ações militares e a tentativas bem conhecidas de negociação promovidas por Léopold Senghor e, até em desespero de causa, uma menos conhecida, promovida por Marcelo Caetano, aquando da crise provocada pelo aparecimento dos mísseis Strella.
Cordialmente
Júlio Pereira
Quoting vasco mantas <>:
Estou com curiosidade de ler o livro, pois o que a badana diz faz uma grande misturada.
O centro da acção é a Guiné? Solução política? Na altura? Com quem?
É que, por vezes, é preciso morrer, para que outros vivam.
Cordialmente
Vasco Gil Mantas
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