[Archport] Conferência Internacional "Creative (un)makings: disruptions in art/archaeology"

[Tânia Pereira <taniafepereira@gmail.com>]

Como vamos além da prática de uma arqueologia da arte que normalmente vê artefactos como objetos artísticos para examinar e interpretar? Existe algum território novo disponível para trabalharmos para além dos caminhos desgastados, quer por artistas contemporâneos (como Mark Dion) que brincam com materiais arqueológicos para fazerem as suas instalações em museus e galerias, quer por arqueólogos que procuram nos artistas modernos (como Anthony Gormley) novas formas de explicar os comportamentos e padrões do passado?

Nesta conferência, sugerimos que um caminho a seguir será explorar os potenciais da arte/arqueologia. A nossa proposta é que devemos ir além dos esforços tradicionais para explicar ou interpretar o passado, e que o façamos de forma criativa e com impacto nas sociedades contemporâneas. Dar este passo é romper com tradições da prática e pensamento arqueológico de longa duração. A arte/arqueologia segue três fases: desarticulação (i.e., separar um objeto do contexto histórico); reaproveitamento (i.e., usar esse objeto como matéria prima para fazer novo trabalho criativo); e disrupção (i.e., adaptar esse novo trabalho criativo de forma a criar impacto no debate social e político contemporâneo). O nosso argumento não é que as formas habituais de estudar o passado e explicar padrões e causas do comportamento humano são inválidas ou desnecessárias; pelo contrário, estes são de enorme valor e importância para conhecermos o mundo em que vivemos, de onde viemos e para onde vamos. Em vez disso, a nossa sugestão é que existe um método adicional (alternativo) de tratar os vestígios do passado, e que esta alternativa desloca o nosso trabalho para outros domínios de atividade e consequência. O resultado (a arte/arqueologia) é nem arte, nem arqueologia, mas um convite à exploração de territórios desconhecidos para lá das fronteiras de ambas as disciplinas. Arte/arqueologia: infundida no passado, libertada das limitações de significado e interpretação, com efeito no presente.

PROGRAMA

14:30 Art/Archaeology: Releasing the Archive and the Ineligible project

Doug Bailey (Universidade de São Francisco, EUA State University of San Francisco, USA)

15:00 Finding a foothold: strategies for creating with found objects

Dov Ganchrow (Academia de Artes e Design de Bezalel, Israel Bezalel Arts and Design Academy)

15:30 Contact paintings

Simon Callery (Artista Independente, Reino Unido Indendent artist, UK)

16:00 We don’t break through the surface

Patrik Elgström and Jenny Magnusson (Artistas Independentes, Suécia Independent artists, Sweden)

16:30 Collaborative bodies in the (un)making

Suvi Tuominen (Universidade de Artes de Helsínquia, Finlândia University of the Arts Helsinki, Finland)

17:30 Homelessness in the Living Room

Jana Sophia Nolle (Artista Independente, EUA/Alemanha Independent artist, USA/Germany)

18:00 On the aesthetic in art/archaeology

Marko Marila (Universidade de Helsínquia, Finlândia University of Helsinki, Finland)

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