Concordo com tudo, à excepção de um pequeno pormenor: não é por haver minorias peticionárias que as estátuas têm que se manter ou remover.Existem na nossa sociedade democrática instrumentos para a erecção de estátuas na praça pública e para a sua remoção, pacífica e técnica.O facto de haver 300 pessoas que estejam contra a (horrível) estátua do Vieira não lhes confere uma maioria qualificada que lhes permita a sua remoção legal. Nem muito menos a sua vandalização, ressabiados que estão por não conseguirem a sua remoção por meios democráticos, como sucedeu com o Coltson.O problema essencial nesta questão, que a colunista falhou em identificar, não é a estátua: é a da tirania totalitária de grupos fascizoides minoritários sobre a maioria._______________________________________________
Em segunda-feira, 6 de julho de 2020, Patrimonio.pt <patrimonio.pt@spira.pt> escreveu:
A nossa colunista Tatiana Bina, do MPMP (Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa), aborda esta semana as muitas questões que o derrube de estátuas em espaço público, que conheceu recentemente novo impulso no mundo ocidental, podem e devem suscitar:
«Apesar de os historiadores terem feito um esforço para explicar que história e memória são coisas distintas, este ponto não parece ainda plenamente compreendido: uma estátua não é uma personagem histórica em si. O seu derrube não implica o sumiço histórico de uma personagem. Uma estátua é uma homenagem, feita 'a posteriori', de maneira a legar à posteridade quem os seus executores consideram digno de ser constantemente lembrado. O seu carácter exemplar está conjugado no próprio modelo iconográfico e arquitectónico que é usado à exaustão e tem precedentes na antiguidade clássica: um suporte ou pedestal coloca uma figura humana acima dos passantes. A história de uma personagem histórica não está essencialmente nas estátuas: está em documentos textuais e arqueológicos que estão ou deveriam estar salvaguardados em museus, arquivos e universidades.
Mas acontece dano a essas personagens quando há descaso com essas instituições, com os seus profissionais, com os pesquisadores. Logo, o que se ataca não é a história: é a memória. Não há nenhum anacronismo em condenar uma estátua de um mercador de escravos. A sua existência histórica continuará conquanto existam pesquisas e divulgação do seu nome; mas o espaço que a estátua ocupa não é passado: é presente.»
Não deixe de ler o texto na íntegra, em patrimonio.pt
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Raquel Viúla
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