O Dr. José Cardim Ribeiro, até há pouco responsável pelo Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas (Sintra), de cuja construção e concepção foi incontestável obreiro, docente também na Faculdade de Letras de Lisboa, no âmbito da História Antiga, foi galardoado, no passado dia 3, na sessão inaugural do encontro Ciência 2020, pelo Ministro da Ciência e Tecnologia com a Medalha de Mérito Científico.
Confessou o galardoado a sua felicidade, não apenas por ele, mas pelo facto de «a Investigação Histórica ter sido, com total desinibição, posta a par das outras ciências (matemáticas, biológicas, físicas, químicas, etc.) e não, como é hábito, remetida apenas para o algo nebuloso mundo das Letras».
Congratulamo-nos, obviamente, com a distinção, exactamente nos termos em que Cardim Ribeiro a colocou: a nível pessoal e a nível científico.
Na verdade, a investigação levada a cabo em Odrinhas e, de um modo geral, no âmbito da Arqueologia, Epigrafia e História Antiga no concelho de Sintra, muito deve a Cardim Ribeiro e à sua equipa. Houve, de resto, a possibilidade de o saber publicamente, em dois recentes programas Visita Guiada, de Paula Moura Pinheiro, na RTP 2: a 20 (o sítio arqueológico do Alto da Vigia) e a 27 de Outubro (Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas). As últimas imagens do programa do dia 27, ainda que sem uma referência específica, mostraram, numa das salas da Biblioteca, vários dos livros antigos que são seu apanágio, graças precisamente ao entusiasmo do Dr. Cardim Ribeiro em dotar o museu de obras ímpares, susceptíveis de ali atrair os investigadores; além de Museu Arqueológico, ali está o gérmen de bem apetrechado centro de investigação.
Quanto ao Alto da Vigia, sem dúvida a ‘menina dos olhos’ do investigador, o recente achado de inscrições romanas dedicadas ao Sol Poente mostra a sua invulgar importância. Veja-se, a título de exemplo, o seu livro Escrever sobre a magrm do Oceanus – Epigrafia e religio no Santuário do Sol Poente (Provincia Lusitania), que acaba de ser publicado pela Universidade de Barcelona.
Numa época em que a atenção aos vestígios do Passado está a redobrar, porque se sente uma necessidade absoluta de cultivamos as nossas ‘raízes’, a Medalha de Mérito Cientifico atribuída a um arqueólogo reveste-se de particular significado, com o que deveras nos regozijamos.
José d’Encarnação
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