Maria Amélia Abally Horta Pereira Bubner (1935-2021) Maria Amélia Abally Horta Pereira Bubner nasceu em Lisboa, em 6 de Janeiro de 1935. Filha de Pedro Horta Pereira (um engenheiro industrial do ramo da cortiça, natural de Rossio ao Sul do Tejo, em Abrantes) e de Amélia Pinto Abally Horta Pereira (natural de Lisboa e de ascendência paterna Catalã), licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1964. Sócia Correspondente da Academia Portuguesa da História, foi aluna de D. Fernando de Almeida, terceiro diretor na história do Museu Nacional de Arqueologia, que sucedera a Manuel Heleno (do qual também foi aluna), viria mais tarde a ser Conservadora do Museu. Viria mais tarde a lograr a reabertura do Museu Hipólito Cabaço, em Alenquer, no qual viria a assumir funções de diretora a par do seu cargo de conservadora do MNA. No final da década de 1960, viria a iniciar a organização das coleções reunidas por João Calado Rodrigues em Mação. O que veio a ser o acervo inicial do Museu, na sua esmagadora maioria de arqueologia, Maria Amélia Horta Pereira Bubner, seguindo a metodologia praticada pelo então Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia, ampliou as coleções etnográficas, ao mesmo tempo que procedeu a trabalhos de prospeção e sensibilização da população para a importância do conhecimento das origens e evolução da espécie humana, focando de forma muito destacada as artes e ofícios tradicionais. Mais tarde, iniciou escavações arqueológicas, cativando diversos jovens para o universo da arqueologia, contribuindo dessa forma para uma importante consciência difusa na população de Mação, sobretudo a partir da década de 1980. As escavações arqueológicas conduzidas por Maria Amélia Horta Pereira em Mação iniciaram-se em 1969 na Buraca da Serpe do Bando dos Santos, tendo a intervenção sido suscitada pela significativa toponímia, vindo a revelar importantes contextos pré-históricos. Seguiram-se outras escavações, sobretudo na década de 1980, em sítios anteriormente reconhecidos por João Calado Rodrigues (como no Castelo Velho do Caratão, por ele assinalado em 20 de Junho de 1946) ou já por ela descobertos (como a Anta da Foz do Rio Frio ou a Conheira do Penhascoso), viriam a configurar o território de Mação como essencial para o estudo da pré-história na região. Nestes trabalhos foi geralmente acompanhada pelo seu marido Thomas Bubner, já falecido. Em 1970 publica o seu primeiro artigo sobre Mação: "Três jazidas paleolíticas no Concelho de Mação". Com base nos seus estudos, sistematizados no mesmo ano na sua obra "Monumentos Históricos do Conselho de Mação", organizou e inaugurou o Museu Municipal de Mação em 1986, tendo estruturado uma exposição concebida para a população local, nas suas palavras, como "um fio condutor das origens aos seus dias". Esta ação seria decisiva para a consolidação de uma relação da população de Mação com os vestígios do seu passado histórico e arqueológico. Maria Amélia Abally Horta Pereira Bubner é mãe de Miguel André Abally Pereira da Silva Pinto e de João Paulo Horta Pereira da Silva Pinto, filhos do seu primeiro casamento, com António Amílcar Ferreira da Silva Pinto. Casou mais tarde com o pré-historiador Thomas Hartmut Bubner. Após a sua aposentação enquanto Diretora, continuou a colaborar de forma generosa com as equipas do Museu de Mação. Poucos dias depois de completar 86 anos, deixa família, amigos e a memória de uma dedicação firme em defesa do património cultural. Que descanse em paz. Luiz Oosterbeek
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