Lista archport

Mensagem

Re: [Archport] Falecimento do Prof. Doutor Bruno Navarro

To :   José Morais Arnaud <direccao@arqueologos.pt>
Subject :   Re: [Archport] Falecimento do Prof. Doutor Bruno Navarro
From :   Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>
Date :   Sun, 31 Jan 2021 00:32:54 +0000

Cultura-Ípsilon
ÓBITO
Bruno Navarro (1977-2021): morreu o presidente da Fundação Côa Parque
Nascido em 1977, tinha assumido a presidência da fundação que gere o
Museu e o Parque do Côa em Junho de 2017. Morreu este sábado, em
Lisboa, de doença súbita.

Luís Miguel Queirós
30 de Janeiro de 2021, 23:23

O presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro, morreu este sábado
em Lisboa, de doença súbita. Historiador, e investigador e docente em
várias universidades, nasceu em 1977, em Coimbra, mas viveu na
freguesia de Freixo de Numão, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, até
terminar os estudos liceais.

Quando assumiu a presidência da Fundação Côa Parque, em Junho de 2017,
por nomeação do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, Bruno
Navarro era deputado municipal pelo PS em Vila Nova de Foz Côa, após
ter sido adjunto do ex-presidente socialista da Câmara de Vila Nova de
Foz Côa, Emílio Mesquita.

Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade
Clássica de Lisboa, onde fez também um mestrado em História
Contemporânea – a sua tese sobre o governo do general Pimenta de
Castro durante a I República, foi publicado em livro pelo Parlamento e
recebeu vários prémios –, Bruno Navarro doutorou-se depois na
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, com
uma tese sobre o contributo da engenharia portuguesa para a projecção
do império colonial nas primeiras décadas do século XX.

Investigador no Centro Interuniversitário de História das Ciências e
da Tecnologia da Universidade Nova e no Centro de História da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, era também professor
convidado no Instituto Superior de Ciências Educativas.

A sua nomeação para a presidência da Fundação Côa Parque provocou
alguma controvérsia na época, sobretudo entre os arqueólogos, que
contestavam a escolha de um especialista em História Contemporânea,
sem currículo académico ou experiência nas áreas do património ou da
arqueologia.

Bruno Navarro assumiu o cargo em Junho de 2017, poucos meses após a
vandalização, em finais de Abril desse ano, da gravura do Homem de
Piscos, cujos responsáveis foram agora ilibados em tribunal há pouco
mais de uma semana, uma decisão que lamentou, anunciando que a
Fundação Côa Parque tinha a intenção de recorrer.

Numa das iniciativas recentes da sua presidência com maior
visibilidade pública, Bruno Navarro conseguiu levar a Foz Côa, em
Julho passado, em plena pandemia de covid-19, o secretário-geral das
Nações Unidas, António Guterres, prestando homenagem, por ocasião do
décimo aniversário da criação do Museu do Côa, ao ex-primeiro ministro
português que, em Janeiro de 1996, tomou a decisão política de
sacrificar a barragem da EDP à salvaguarda das gravuras rupestres
paleolíticas.

https://www.publico.pt/2021/01/30/culturaipsilon/noticia/bruno-navarro-19772021-morreu-presidente-fundacao-coa-parque-1948664

Em dom., 31 de jan. de 2021 às 00:25, José Morais Arnaud
<direccao@arqueologos.pt> escreveu:
>
> Caros Colegas e Amigos,
>
>
>
> Neste momento trágico, solicito a divulgação da seguinte mensagem:
>
>
>
> In memoriam BRUNO NAVARRO (1977-2021)
>
> É com a maior consternação que acabo de tomar conhecimento do súbito falecimento do Prof. Doutor Bruno Navarro, Presidente do Conselho Directivo da Fundação Côa-Parque ! Com efeito, nada faria prever tão dramático acontecimento, que constitui uma enorme perda para o país e para a instituição a cujos destinos presidia desde 2017. Embora a sua nomeação tivesse inicialmente sido contestada por muitos arqueólogos, que teriam preferido ver na direcção do Parque Arqueológico do Côa um outro arqueólogo, especialista em Arte Rupestre, o que é certo é que Bruno Navarro, graças às suas elevadas qualidades humanas e capacidades de gestão, depressa conseguiu conquistar as boas graças dos cerca de 50 trabalhadores que integram os quadros da Fundação Côa-Parque, bem como a aceitação generalizada da Comunidade Arqueológica. Tendo chegado à direcção da Fundação Côa-Parque numa altura particularmente difícil da ainda curta vida daquela instituição, devido à enorme escassez de meios humanos e materiais de que dispunha, face às responsabilidades de gestão de um tão vasto e complexo território, que integra um dos mais importantes e sensíveis conjuntos de arte rupestre pré-histórica do Mundo, bem como um edifício altamente tecnológico, com os inerentes problemas de manutenção de equipamentos, começou por ouvir todos os trabalhadores afectos ao Museu e ao Parque Arqueológico do Côa, para se inteirar dos problemas e necessidades das respectivas áreas; conseguiu que o Estado assumisse o avultado passivo que havia sido acumulado nos anos anteriores, para que a Instituição readquirisse a credibilidade que havia perdido, e assegurasse os financiamentos necessários para manter o funcionamento da instituição nos anos que se seguiram, nos quais se verificou um aumento substancial da visibilidade e do número de visitantes; conseguiu, enfim, mobilizar todos os investigadores no sentido de obterem junto da Fundação da Ciência e Tecnologia e de outras instituições nacionais e internacionais os meios necessários para prosseguirem as suas investigações, as quais têm decorrido com o maior sucesso científico e repercussão internacional, muito prestigiando a investigação arqueológica em Portugal.
>
> O Museu e o Parque Arqueológico do Côa conseguiram, assim, em pouco mais de três anos, sair da longa letargia em que se encontravam, e voltar a desempenhar um papel de grande destaque, no panorama da arqueologia portuguesa e mundial.
>
> Por tudo isto, o trágico desaparecimento do Prof.Doutor Bruno Navarro, numa fase da vida em que havia ainda muito a esperar da sua inteligência, dinamismo e capacidade de investigação e gestão cultural, constitui uma enorme perda para a Cultura Portuguesa. Apresento, assim, em meu nome pessoal, e em nome da Direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses, as mais sinceras condolências a sua Mulher, Filhos e restante família.
>
> José Morais Arnaud
>
> Presidente da Direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses
>
> 30 de Janeiro de 2021
>
>
>
>
>
>
>
>
> _______________________________________________
> Archport mailing list
> Archport@ci.uc.pt
> http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport






Mensagem anterior por data: [Archport] Falecimento do Prof. Doutor Bruno Navarro Próxima mensagem por data: [Archport] Doutor José Marques
Mensagem anterior por assunto: [Archport] Falecimento do Prof. Doutor Bruno Navarro Próxima mensagem por assunto: [Archport] Faventia em livre acesso