Re: [Archport] Homenagem a Miguel Magalhães Ramalho

[Vitor Rafael <vitorarqueologia@gmail.com>]

Uma grande perda para a Geologia mas sobretudo pela pessoa que era. Tive a oportunidade de conversar com o Doutor Miguel Ramalho algumas vezes (não tantas como teria desejado) e das poucas vezes que o consegui fazer, foi uma fonte de inspiração para mim como o foi para dezenas ou centenas de investigadores.

À família enlutada envio as minhas condolências com um forte abraço.

Descanse em paz.

Vítor Rafael Cordeiro de Sousa

João Luis Serrão da Cunha Cardoso <Joao.Cardoso@uab.pt> escreveu no dia quinta, 11/03/2021 à(s) 11:59:

As mensagens anteriores ilustram bem a dimensão humana de Miguel Ramalho. Conheci-o em 1971, era eu aluno do Liceu Pedro Nunes, de onde me escapulia para frequentar os então designados Serviços Geológicos de Portugal, cuja plêiade de geólogos e geólogos/arqueólogos tive então a possibilidade de conhecer e de com eles aprender muito do que ainda hoje enforma a minha maneira de estudar e trabalhar: Georges Zbyszewski, Octávio da Veiga Ferreira, Giuseppe Manupella, e, naturalmente, Miguel Ramalho, entre outros. Mais tarde, contratado como estudante de Geologia para tratar do inventário e da limpeza das colecções, posso dizer que o meu primeiro "patrão" foi Miguel Ramalho. Para além do grande geólogo, estratígrafo e paleontólogo que foi, pioneiro dos estudos de micropalentologia em Portugal, tive então oportunidade de testemunhar o amor sereno, firme e incondicional que ele dedicava às causas em que acreditava, à frente das quais estava o seu querido Museu Geológico. Os anos passaram, os governantes mudaram, os interesses também, mas Miguel Ramalho, não. E até ao final do ano passado, continuando a ser assíduo frequentador daquele Museu onde preparei grande parte do meu doutoramento na segunda metade da década de 1980, com ele mantive o convívio, sempre de forma serena e acolhedora, naquele porto seguro, onde todos eram bem-vindos, recebidos sempre com um sorriso cordial,  contente dos que ali acorriam para estudar as colecções portentosas que ele foi sempre o primeiro a defender, com serenidade, mas sempre animado de uma determinação ditada pela razão,  para poder colocá-las à disposição de todos. Recordo já com saudade esses momentos vividos  com uma discreta cumplicidade e boa disposição, e sempre com música barroca como pano de fundo...  

Querido Doutor Miguel Ramalho, possamos nós estar à altura do seu exemplo cívico e humano, honrando a sua memória ! 

João Luís Cardoso

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De: archport-bounces@ci.uc.pt <archport-bounces@ci.uc.pt> em nome de Filomena Barata <barata.filomena@gmail.com>
Enviado: 10 de março de 2021 16:47
Para: Gena Cunha <genac62@gmail.com>
Cc: museum <museum@ci.uc.pt>; archport <archport@ci.uc.pt>
Assunto: Re: [Archport] Homenagem a Miguel Magalhães Ramalho

 

Também eu faço minhas as palavras do Luis Raposo.

Um abraço a toda a família enlutada, em especial à Maria.

Filomena Barata

Sem vírus. www.avast.com

Em qua., 10 de mar. de 2021 às 16:29, Gena Cunha <genac62@gmail.com> escreveu:

Faço minhas as palavras do Luis.

Admirava muito o Prof. Miguel ramalho.

Um abraço especial à Maria.

Eugénia Cunha

Luís Raposo <3raposos@sapo.pt> escreveu no dia quarta, 10/03/2021 à(s) 16:24:

[permito-me retomar da minha página de Facebook]

Homenagem a Miguel Ramalho: homem de corpo inteiro

Só agora me apercebi da notícia de há horas: morreu Miguel Magalhães Ramalho. A geologia e o mundo dos museus estão de luto. Mas muito mais está o movimento associativo do património natural e cultural.

Miguel Ramalho era um lutador, "um homem de um só parecer, um só rosto, uma só fé, de antes quebrar que torcer". Admirava-o imenso e várias vezes recebi dele o suplemento de alma que as nossas lutas requerem, nos momentos em que ocorre perguntar porque enfrentamos tempestades e incompreensões quando seria muito mais fácil assobiar para o lado, fazer de morto ou simplesmente de parvo.

Um homem de corpo inteiro partiu. Saibamos honrá-lo, continuando a luta por um mundo melhor, respeitador das pequenas e das grandes coisas, da natureza e da memória, livre das grilhetas que a ganância do lucro, do enriquecimento, do mero cocktail e croquete, ou os seus correlativos negativos, sob a forma de falta de liberdade para dizer o que se pensa, impõem a muitos à nossa volta.

À família e em especial à Maria o meu, o nosso, abraço solidário.

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Eugénia Cunha, Ph.D, C-FASE
Full Professor

Laboratory of Forensic Anthropology
Centre for Functional Ecology – CFE • Department of Life Sciences • University of Coimbra 

Calçada Martim de Freitas | 3000-456 COIMBRA • PORTUGAL 

Voip: 262211
E-mail: cunhae@uc.pt

https://orcid.org/0000-0003-2998-371X

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