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[Archport] A morte do Prof. Julián de Francisco Martín

To :   "archport" <archport@ci.uc.pt>, "porras" <pporras@der.ucm.es>
Subject :   [Archport] A morte do Prof. Julián de Francisco Martín
From :   <jde@fl.uc.pt>
Date :   Sat, 17 Jul 2021 11:05:19 +0100

      O Professor Julián de Francisco Martín integrou a equipa que, nas décadas de 70 e 80, juntamente com Julio Mangas e os irmãos Santos Yanguas, deu novo dinamismo aos estudos de História Antiga e Arqueologia na Universidade de Oviedo. Recordo que, logo na primeira iniciativa nesse âmbito aí desenvolvida, os Colóquios de História Antigua, de que viriam a ser publicadas as Memorias de Historia Antigua, apresentou a comunicação «Los magistrados municipales en Lusitania durante el Alto Imperio” (Memorias de Historia Antigua, 1, Oviedo, 1977, p. 227-245).

A sua tese de doutoramento Conquista y Romanización de Lusitania, que teve 1ª edição em Junho de 1989 e 2ª, pela Universidade de Salamanca, em Setembro de 1996, constituiu, durante bastante tempo, o livro de consulta obrigatória sobre o tema.

Teve sempre um relacionamento estreito com a Universidade de Coimbra, através do Instituto de Arqueologia, num intercâmbio de docentes, inclusive. Aí participou no  2º Congresso Peninsular de História Antiga, em Outubro de 1990, com a comunicação «Salamanca, municipio romano y la municipalizacion de Lusitania». Publicou na revista Conimbriga (43 2004 191-198), com Marta González Herrero, sua discípula e continuadora na Universidade de Oviedo, o artigo «Taxus bacata», que veio trazer nova luz acerca da interpretação de um dos elementos decorativos mais frequentes na epigrafia funerária romana, o teixo.

Após jubilar-se, retirou-se para a sua terra natal, Sequeros, onde serenamente se dedicava à agricultura, seguindo o exemplo preconizado pelos poetas latinos: viver a tranquilidade do ager após anos passados no bulício agitado da urbs.

            Julián de Francisco Martín fora internado há dias no Hospital de Salamanca. Pelo meio-dia de ontem, sofreu um ataque cardíaco, de que, infelizmente, já não conseguiu recuperar.

            À sua família, a que me ligam grandes laços de amizade – sua viúva, María Teresa, suas filhas Ruth e María e seu filho César –, renovo a expressão dos meus mais sentidos pêsames.

            Requiescat in pace!

 

                                                           José d’Encarnação

 


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