Conferência: O Complexo Rupestre do Vale do Tejo
Em virtude da organização do 10º Campo Arqueológico de Proença-a-Nova (CAPN) no dia 21 de Julho em Vila Velha de Ródão, no Barco Cruzeiro da empresa turística Vila Portuguesa pelas 18h, terá lugar a conferência "O Complexo Rupestre do Vale do Tejo", por Sara Garcês - licenciada em Arqueologia pela Universidade do Minho, Mestre em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre pelo programa de Mestrado Internacional em Quaternário e Pré-História Erasmus Mundus do Instituto Politécnico de Tomar e Doutora em Quaternário, Materiais e Culturas pelo Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro com especialidade em Arte Pré-Histórica. Atualmente é Bolseira de Investigação pós-doutoral no Instituto Politécnico de Tomar, no âmbito do Centro de Geociências.
Resumo: O trabalho que aqui se apresenta, reviu de forma sistemática e atualizada o Complexo Rupestre do Vale do Tejo (CARVT), abarcando uma área de 120km de comprimento. Conta com 12 núcleos de arte rupestre que se estendem sensivelmente, desde a foz do rio Ocreza a jusante até ao vale do rio Erges, a montante. Estes núcleos comportam um conjunto de 1636 rochas com 6988 figuras de variadas tipologias, cuja cronologia se estende desde o Paleolítico Superior até ao final da Idade do Bronze grosso modo.
O trabalho inclui a abordagem da história da investigação do CARVT, a contextualização das problemáticas e da região, a descrição analítica dos núcleos de gravuras e a sistematização dos temas com uma particular análise da figura do cervídeo como tema estruturante do CARVT.
O estudo é norteado por duas interrogações, uma de caráter fundamental: o que se pode inferir em termos de ocupação territorial e sequenciação temporal sobre o complexo rupestre do vale do Tejo, a partir da revisão exaustiva de toda a documentação disponível? Outra de caráter metodológico: em que pode diferir, em termos qualitativos, um estudo com tal preocupação de exaustividade, face a estudos centrados em sítios ou rochas de maior complexidade aparente e em argumentações de cariz essencialmente antropológico ou com recurso a contextualizações essencialmente suprarregionais?