A culpa é sempre da vítima, o arqueólogo recém formado sem qualquer tipo de preparação para encarar obras gigantes em que se vê entre a espada e a parede é que tem a culpa.
Existe um abandono sistémico por parte da tutela, dos colegas e das próprias universidades.
Realmente esta realidade de passar a batata quente ao próximo é uma das verdadeiras culpadas disto tudo estar assim.
O arqueólogo que começa a trabalhar é completamente vítima das circunstâncias. Já trabalhei em várias empresas e durante vários anos e até em vários países diferentes, já recebi mais e já recebi menos e defendo plenamente que a verdadeira culpa desta situação são as empresas.
São os donos disto tudo que acham por bem manipular as pessoas quer a nível monetário, quer a nível emocional apoiando-se em esquemas de amizades duradouras que cegam os trabalhadores. No fundo estou só a fazer um favor ao meu amigo da faculdade que também é meu patrão.
Junta-se a agravante dos que acham por bem defender o patronato sempre que se encontram numa posição de “poder”. Como se nos dias de hoje conseguir um contrato a salário mínimo fosse realmente uma grande vitória. Especialmente se for uma pessoa com qualificações legítimas e anos e anos de investimento na área.
O jovem arqueólogo encontra-se assim numa posição de desvantagem no que toca a ver mudança e a lutar pela mesma, vítimas de um sistema que alimenta pessoas que só vêm a sua barriga e que se rodeiam de outras tantas que só não torturam os colegas porque não o podem por lei.
Se existe vontade para mudança também tem de existir vontade para que esta aconteça. Subscrevo ao que foi dito anteriormente: uma greve para quando?
- Carlos
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