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Re: [Archport] Digest Archport, volume 217, assunto 34

To :   archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   Re: [Archport] Digest Archport, volume 217, assunto 34
From :   Ricardo Gaidão <gaidao@hotmail.com>
Date :   Mon, 11 Oct 2021 22:50:51 +0000

Depois de anos contínuos de degradação das condições laborais é normal que os arqueólogos se manifestem. Porém, no meio de tantas reivindicações, não devemos perder foco, continua a ser necessário identificar a génese dos problemas.
 
Perante o pedido de melhores salários, condições de trabalho, estabilidade e formação profissional os arqueólogos esbarram sempre com a mesma resposta por parte das empresas:

"Estamos impossibilitados de responder a esses pedidos, porque a política de orçamentos baixos e a concorrência desleal de empresas que fazem orçamentos irrealistas (à conta de incumprimentos contratuais), têm vindo gradualmente a baixar os nossos lucros".

Caso este quadro se confirme não seria também altura das empresas interessadas zelarem pelos seus interesses e fazerem algo para aumentar os ganhos?

Infelizmente ao longo dos anos, as empresas de arqueologia tiveram que se adaptar às necessidade do sector da construção civil (bem demais até). Progressivamente a discussão de orçamentos passou de tópicos como a salvaguarda, estudo e divulgação, para - quase exclusivamente - o preço do metro cúbico escavado.

Um dos problemas desta arqueologia "ao metro cúbico" é que pode ser feita com recurso a um reduzido número de arqueólogos não especializados, sem necessidade de grande apoio técnico e complementado por uma quantidade desproporcional de trabalhadores indiferenciados. Muitos destes também arqueólogos, que para além de desempenharem tarefas braçais pesadas ainda lhes é exigido que contribuam com os seus conhecimentos técnicos, a troco de um salário próximo de um servente da construção.

Enquanto existirem arqueólogos dispostos a sujeitarem-se a tais condições (existirão sempre colegas inexperientes/iludidos, as faculdades asseguram fornadas novas anualmente), as empresas poderão continuar com este esquema.

Talvez seja hora de começar a fazer arqueologia de salvaguarda de melhor qualidade, escavando menos metros cúbicos, mas de forma mais rigorosa e direcionada.

Perante o actual estado de desenvolvimento dos métodos de geo-detecção e laboratoriais, parece cada vez mais disparatado insistir na política de escavação integral de forma expedita, em vez de apostar numa escavação estratégica mais cuidadosa de áreas avaliadas como mais importantes. Privilegiar os estudos arqueo-científicos e a divulgação de resultados (ex. exposições, sites, etc.), conforme já se encontra na legislação, em alternativa a escavações extensas, mas geradoras de informação deficiente e pouco variada, talvez seja uma boa alternativa às medidas de minimização actualmente padronizadas.

Claro que esta abordagem exige um investimento e apoio técnico mais especializado da parte das entidades enquadrantes, assim como profissionais especializados, que terão forçosamente que ser remunerados em conformidade.

Quanto à formação profissional, atendendo que são as empresas as principais beneficiadas (existindo até fundos europeus para o efeito), faz sentido que lhes caiba a sua comparticipação. Para o receio de perder efectivos formados para a concorrência, existe uma receita simples, oferecer estabilidade laboral/financeira através de contratos dignos.

Mais uma vez não posso deixar de concordar com o colega Rui Mataloto. Se os organismos da Tutela tivessem vontade/meios para impor medidas de minimização mais exigentes, assim como para fiscalizar o respectivo cumprimento das mesmas, as empresas que não tivessem capacidade de assegurar este tipo de trabalho seriam forçosamente obrigadas a adoptar as regras ou desistir, acabando com a eterna desculpa da "concorrência desleal motivadora de lucros baixos" para o não cumprimento das reivindicações laborais -mais que justas- dos arqueólogos. 


De: archport-bounces@ci.uc.pt <archport-bounces@ci.uc.pt> em nome de Rodrigo Carlos <totallynotsatan4@gmail.com>
Enviado: segunda-feira, 11 de outubro de 2021 18:29
Para: rui mataloto <rmataloto@gmail.com>
Cc: archport@ci.uc.pt <archport@ci.uc.pt>
Assunto: Re: [Archport] Digest Archport, volume 217, assunto 34
 

Concordo com alguns dos pontos descritos, inclusive o de que realmente se encontra numa posição confortável, porém a realidade arqueológica do país não é tão simples como a descreve.

Em primeiro lugar, gostaria de salientar de que como arqueólogo em trabalho, já estive em inúmeras escavações de investigação e imensas escavações de contexto preventivo e deixe-me desde já dizer que o facto de haver competição no meio, não faz com que as metodologias de registo sejam de todo deficitárias. Muito pelo contrário, o que não falta pelo país fora são sítios arqueológicos de tutela universitária sem registo, ou com tudo mal feito até porque não “existe” uma pressão para que as coisas avancem ao mesmo ritmo e rigor que no contexto urbano.

Esta mentalidade parece, no entanto, ser transversal a quase toda a comunidade científica. Não existem arqueólogos de primeira nem de segunda, somos todos colegas e todos iguais.

“Todavia, também sei que cada um aprende o que quer, e há que fazer pela vidinha.

Pois, porque enquanto uns se podem dar ao luxo de ir escavar com a faculdade, existem outros que precisam de trabalhar para conseguirem pagar as propinas e a estadia nas respetivas cidades onde tiram o curso.

Relativamente à formação dentro das empresas, há umas que dão, sim, mas também há muitas que não dão, aliás, em Arqueologia que eu saiba nunca nem eu nem colegas meus tiveram direito a formação paga, o que por lei é obrigatório.

Esta é a realidade, mas pronto, se quiser também lhe faço o convite para vir a Lisboa pegar num martelo elétrico, partir chão, para depois a seguir tentar registar o que conseguir enquanto tem no canto do compartimento o engenheiro a mandar bocas e o “patrão” a respirar-lhe no pescoço. Mas atenção, tudo isto a rigor, se não o relatório volta para trás.

No fim pago-lhe o salário com uma cervejinha e uma palmadinha no ombro, até porque somos todos amigos e não convém misturar negócios com amizades.  


Cumprimentos, 


Rodrigo Carlos



On Mon, Oct 11, 2021 at 6:11 PM rui mataloto <rmataloto@gmail.com> wrote:
Permito-me voltar a intervir sobre esta mesma questão do Lucro irrisório das empresas apenas para algum eventual esclarecimento sobre de que posição parto nas observações que teci. Sou arqueólogo municipal e pratico arqueologia empresarial a título individual, enquanto operário, arqueólogo e director de campo, nas horas vagas. De Verão escavo com alunos em intervenções de investigação. E escrevo um que outro artigo à noite quando não posso escavar ou prospectar.
Perante este posicionamento multilateral, reafirmo, apenas com um posicionamento da tutela mais rígido e claro, onde a 107/2001 esteja devidamente revista e regulamentada, que permita uma actuação célere e precisa, poderemos aspirar a um mercado de Arqueologia mais justo, e melhor pago. Quando os orçamentos se ganham pelo preço mais baixo, sem um caderno de encargos muito definido e não por índices de qualidade fortes, onde a produtividade se ganhe pela agilidade de procedimentos, pela qualidade da informação recuperada e rapidez de execução, teremos um mercado de Arqueologia onde a forma de manter a competitividade é esmagar salários, arqueólogos descartáveis e metodologias, digamos, expeditas, porque no papel bate tudo certo ...
Apenas uma nota quanto à formação. Concordo em que esta é claramente deficitária. É ridículo para mim haver recém licenciados, ou mestres, que nada sabem sobre um nível, quando mais sobre uma estação total, um GPS diferencial, fotogrametria/lidar, ou mais grave, não saberem definir com clareza qual a metodologia de registo que usam ou o posicionamento teórico de que se parte.
Todavia, também sei que cada um aprende o que quer, e há que fazer pela vidinha. Também há empresas que dão formação aos funcionários.
Por fim, se há assim tanta falta de arqueólogos (eu considero que sim, de qualidade e que saibam o que estão a fazer), questiono, e porque não fazem valer isso em termos salariais? E porque não tomam a iniciativa de se lançar no Mercado da Arqueologia e ficam à espera que uma qualquer empresa lhe ofereça pouco mais que o ordenado mínimo?
Sei que parto de uma posição confortável, mas com 25 anos disto, sei do que falo.
Tenho dito, e não voltarei a tocar no tema, o que já me arrependi ...

On Mon, Oct 11, 2021 at 3:35 PM <archport-request@ci.uc.pt> wrote:
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   1. Re: Digest Archport, volume 217, assunto 31
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   2. Lucro irrisório das empresas de arqueologia (Archeo Red)



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Date: Mon, 11 Oct 2021 14:54:37 +0100
Subject: Re: [Archport] Digest Archport, volume 217, assunto 31

A minha sugestão para o José Palmela que partilhou connosco a sua opinião neste fórum, envolvendo o nome de empresas, a desvalorizar totalmente os arqueólogos e a fazer queixume da classe, é que deve optar por outro ramo. Não queremos que passe dificuldades a fazer uma coisa que despreza nem que contribua para que o vencimento de um licenciado da área de história-arqueologia, a quem o país deve o seu estudo, esforço e dedicação para a valorização do mesmo, seja menor do que o de serviços de limpeza. Que o é muitas vezes. Com as dificuldades todas que a profissão acarta. Por isso tem diminuído a qualidade, a disponibilidade e sobretudo a paciência para lidar com pessoas como o José Palmela.

Faz-lhe mal e pode provocar alguma depressão continuar neste ramo.. ainda fica aleijado psicologicamente. 
Não teremos saudades de si nem dos seus semelhantes, que seja muito feliz na área que escolher e que não passe fome nem agruras. 

Luís Brito Câmara 


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Data: Mon, 11 Oct 2021 12:56:38 +0100
Assunto: Digest Archport, volume 217, assunto 31

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  1. Re: Digest Archport, volume 217, assunto 30 (rui mataloto)


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Message: 1
Date: Mon, 11 Oct 2021 12:45:57 +0100
From: rui mataloto <rmataloto@gmail.com>
Subject: Re: [Archport] Digest Archport, volume 217, assunto 30
Message-ID:
Content-Type: text/plain; charset="utf-8"

Não sendo meu apanágio participar nestes debates, não consigo deixar de
mostrar a irrealidade em que este senhor José Palmela vive, ou qual o
desprezo que tem por quem trabalha em Arqueologia.
Os números que nos avança são pouco significativos, pois não nos deixam
entender quais os lucros das mesmas empresas, os quais dependem tanto dos
gastos com pessoal, como da eficácia de gestão de terreno e financeira.
Pessoalmente penso que muito há a fazer para melhorar a eficácia e
produtividade de cada Arqueólogo. Mas o problema começa quando contratar um
arqueólogo é mais barato que contratar um trabalhador indiferenciado. Por
isso, precisamos no campo menos arqueólogos, mas mais bem pagos, com
capacidade e flexibilidade para melhorar a produtividade individual, muitas
vezes muito aquém pela fraca formação com que chegam, e permanecem, no
mercado de trabalho. Assim, os arqueólogos precisam muito mais de trabalhar
melhor e não mais, como diz este senhor, que não deve pegar numa picareta
para fazer que seja. Mas a questão fulcral é outra. Os orçamentos com que
se adjudicam trabalhos impedem condições de trabalho e contratação
adequadas. A política do preço mais baixo faz sentido, mas apenas quando
existe uma regulamentação e fiscalização dura e eficaz. Quando se permite
níveis de qualidade baixíssimos, e sei do que estou a falar com
conhecimento de causa sobre o que se passa numa grande obra pública em
curso, e sem sofrerem consequências, então o mercado está desvirtuado na
concorrência, sendo impossível pagar adequadamente e ter lucro. Ou seja, o
lucro, a estabilidade, e o incremento de produtividade a par de um aumento
salarial só é compatível com exigências de níveis de qualidade rigorosos.
Quando assim não acontece, continuaremos a ter Mestres Arqueólogos a preço
de mulher a dias, cuja dignidade e profissão respeito imenso.
Quanto ao senhor José, quando quiser ver quanto trabalham os arqueólogos,
apareça por estes lados do Alentejo, que terei gosto que nos acompanhe nas
intervenções. Há lá uma esferográfica de duas pontas à espera de uso.

On Mon, Oct 11, 2021 at 12:19 PM <archport-request@ci.uc.pt> wrote:

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   1. Lucro irrisório das empresas de arqueologia (José Palmela)
   2. MM Conimbriga - MN | Sítios Mágicos (Carla M. Marques)



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Date: Mon, 11 Oct 2021 12:11:24 +0100
Subject: [Archport] Lucro irrisório das empresas de arqueologia

Considerando a discussão que se tem visto ultimamente pelo Archport,
queria relembrar o seguinte:

A faturação das empresas de arqueologia é irrisória e não existe dinheiro
para contratações ou fazer aumentos.

As exigências do sindicato são completamente irrealistas tendo em conta o
panorama atual.

Abaixo exponho algumas informações financeiras relativas a algumas
empresas portuguesas. Os dados são públicos e podem ser consultados no site


1º - ERA - ARQUEOLOGIA, S.A.: ?2.95 milhões



2º - NEOÉPICA, LDA: ?1.29 milhões



3º - EMPATIA - ARQUEOLOGIA, CONSERVAÇÃO E RESTAURO, LDA: ?1.27 milhões



4º- ARQUEOHOJE - CONSERVAÇÃO E RESTAURO PATRIMÓNIO MONUMENTAL, LDA:  ?1.1
milhões




Se os arqueólogos se queixarem menos e trabalharem mais, se calhar as
coisas mudam.

Cumprimentos,

José Palmela




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Date: Mon, 11 Oct 2021 12:19:08 +0100
Subject: [Archport] MM Conimbriga - MN | Sítios Mágicos

Boa tarde!

Assista a espetáculos de magia num sítio mágico.

Nos dias 16 e 17 de outubro *CONIMBRIGA* volta a acolher os Sítios



Os melhores cumprimentos,



*Carla Marques*

Técnica Superior

Museu Monográfico de *CONIMBRIGA - *Museu Nacional
Rua Professor Vergílio Correia s/nº, Condeixa-a-Velha
3150-220 CONDEIXA - PORTUGAL tel: +351 239949110




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Conimbriga]





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Date: Mon, 11 Oct 2021 15:35:05 +0100
Subject: [Archport] Lucro irrisório das empresas de arqueologia
É por existirem pessoas com este tipo de mentalidade que continuamos no lodo há pelo menos 10 anos. 
Recomendo ao senhor Palmela que vá dar uma curva e que desapareça destas paragem. O senhor é um insulto a toda a comunidade arqueológica que fazem das tripas coração para continuar a laboral numa área tão precária apenas movidos pela paixão.
Uma ultima pergunta. De que empresa é que você é acionista?

Quanto ao Dr. Mataloto
Esperava que tivesse um pouco mais de conhecimento daquilo que é a realidade laboral da arqueologia urbana. Relembro que existe um défice enorme de profissionais. Relembro que qualquer jovem preparado ou mal preparado necessita de oportunidade. Contrariamente à sua opinião, considero que existam serventes a mais e arqueólogos a menos.  O mundo da arqueologia urbana não se rege obrigatoriamente pela oportunidade dada apenas a quem tem grandes médias. Porque quem é melhor em gabinete não é obrigatoriamente melhor a compreender e interpretar os contexto no campo. Quanto a isto, considero que quem coordena escavações no meio académico talvez devesse ensinar os alunos a trabalhar realmente com uma esferográfica e não apenas com uma picareta. 

Neste momento da minha vida, depois de ter gasto 3150€ na licenciatura e 2400€ no mestrado, num total de +- 5550€ só em propinas, comparo o curso de arqueologia a um esquema em pirâmide do estilo Forex. Ambos são um Scam. Acho que é altura de nos deixarmos tretas e fazer-mos todos algo realmente importante para a Arqueologia.   

Francisco Franzola 
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