De: A. Chan <alchanet@hotmail.com> Enviada: 18 de outubro de 2022 18:25 Assunto: Re: [Archport] O Projeto de Estruturas da Intervenção na Sé de Lisboa Há que continuar a luta!.. A construção do piso -1 não será para beneficiar empresa de arquitectura e empreiteiro da obra? É desta forma prepotente e arrogante, que a DGPC desrespeita a arqueologia, os arqueólogos e o património cultural, aplicando a Lei do quero, posso e mando. Atitude que não se coaduna com um país democrático mas de um regime ditatorial! Perante este critério, a DGPC está a abrir a cova à arqueologia e ao património cultural. Contra os ditadores Lutar, lutar, antes que seja tarde!.. Em 18/10/2022 17:42, jde@fl.uc.pt escreveu: Teve a Doutora Jacinta Bugalhão o cuidado, que se agradece, de dar conhecimento das diligências que estão a ser efectuadas pelo Movimento Cívico @ApoiarSedeLisboa2022 no sentido de – contra tudo e contra todos, nomeadamente contra a atitude irreversível da DGPC – se conseguir provar que as obras planeadas não são consentâneas com a prática que as instituições governamentais devem adoptar (pensamos nós…) de defesa do património cultural, mormente quando ele ostenta a qualidade de único e insubstituível. O que ora se publicita são as linhas-mestras do Parecer sobre o Projeto de Estruturas da Intervenção na Sé de Lisboa (Versão 3), elaborado pela empresa A2P – Estudos e Projectos, a pedido do referido Movimento Cívico: · “A obra prevista não permite garantir a estabilidade das construções existentes”. · “A solução arquitetónica foi decidida antes de ser arqueologicamente sustentada, e não foi condicionada por imposições de segurança estrutural, antes programática”. · “Considera-se que alguma indispensabilidade (eventualmente invocada) das mencionadas estruturas de betão [piso -1] para garantir a segurança das estruturas antigas do muro e do claustro não existirá”. - “O estudo do LNEC conclui que as estruturas previstas no projeto analisado não são suficientes para se atingirem os níveis de desempenho exigíveis para as estruturas existentes, nem mesmo após a introdução de elementos adicionais de reforço na estrutura do claustro”.
- “Tudo parece indicar, face ao exposto, que os projetos seguiram uma lógica aparentemente pouco adequada para um objeto com o elevadíssimo valor patrimonial deste monumento e do seu sítio: tudo indica que se projetou uma solução na expectativa (não fundamentada, e desmentida pela realidade) de que essa solução seria viável, não tendo em conta a elevada probabilidade de se vir, em obra, a confrontar com o elevado valor arqueológico de uma parte fundamental da zona de intervenção. Acrescente-se que a própria DGPC não aceita viabilizar projetos nestas circunstâncias. Por outro lado, não parece ter sido dada a devida relevância à questão sísmica, chegando-se tardiamente a conclusões, apenas sobre a solução projetada, aparentemente considerada como facto consumado, como resulta da leitura do relatório do LNEC."
- "Pelo estado de adiantamento da obra pode já ser tarde para se desenvolver soluções alternativas com menor impacto nos achados arqueológicos, ou que permitam a visualização de conjunto que os mesmos justificariam. É pena, porque a história desta requalificação podia ser outra.”
1. A construção do piso -1 tem funções estruturais de garantia da estabilidade e segurança da muralha sul e do arco extremo sul do Claustro? Resposta: A construção do piso -1 tem funções estruturais, mas não garante a estabilidade e segurança das construções existentes.
2. Há alternativas à construção deste piso -1 que garantam igualmente a estabilidade e segurança da muralha sul e do arco extremo sul do Claustro? Resposta: Existem soluções alternativas, com menor impacto nas ruínas arqueológicas; só com o seu desenvolvimento se poderia confirmar se as mesmas garantem o mesmo nível de desempenho, ou até superior, em termos de estabilidade e segurança da muralha sul e do arco extremo sul do Claustro. O eventual desenvolvimento destas soluções implicaria uma paragem da obra. Resulta claro desse parecer – conclui o Movimento – que: 1) A opção de construir pisos enterrados é apenas uma opção de projeto e não é um imperativo de estabilidade. (2) Este projeto não previu devidamente os riscos sísmicos, nem garante a estabilidade do Claustro. (3) A construção do piso -1 é destrutiva e invisibiliza o extraordinário Património Arqueológico e Arquitetónico conservado no Claustro da Sé. Consequentemente, o Movimento Cívico @ApoiarSedeLisboa2022 mantém a sua exigência de revisão do projeto em curso no Claustro da Sé de Lisboa, com o abandono definitivo da intenção de construção do piso -1. Ainda é tempo, tem de ser este o momento de corrigir a trajetória e evitar o gravíssimo erro que a DGPC insiste em cometer! O interesse público assim o exige!
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