Diári o de
Coimbra - Lanche ?às cegas? é ?pedrada no charco?
na sensibilização para dificuldades de invisuais Diário de Coimbra Escrito por Sofia Piçarra No pavilhão centro de portugal Lanche ?às cegas? é ?pedrada no charco? na sensibilização para dificuldades de invisuais Image Iniciativa inédita da ACAPO em Coimbra promoveu treino dos sentidos, para além da visão De olhos vendados. Foi assim que ontem cerca de 70 convidados partilharam um pequeno lanche no pavilhão Centro de Portugal, aceitando o desafio da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) e da Orquestra Clássica do Centro de entrar, durante algumas horas, na pele de um invisual. Pouco a pouco, hesitantes e inseguros, os participantes foram entrando na sala mergulhada na penumbra, de mãos dadas com os assistentes que os encaminharam até ao lugar onde iriam saborear um chá e bolo-rei. «Muitos de vós estarão agora numa situação desconfortável», introduzia José Mário, da ACAPO, para quem a escuridão já não significa o desconhecido. Em tom de brincadeira, o responsável começou por dar algumas dicas: «memorizem o lugar da vossa chávena e do vosso bolo, para que o vizinho do lado não vos roube. Vão notar que, propositadamente, a temperatura da chávena não é igual à do chá, e também terão que descobrir alguns truques para saber a que temperatura está a bebida». Privados da visão, os convidados foram ?obrigados? a treinar os outros quatro sentidos, através de uma prova de vários chás, mas também de alguns momentos musicais. «A mensagem que queremos transmitir é que a visão é um sentido muito importante, mas esta importância é relativa, e corremos risco de desvalorizar outros sentidos», explica ao Diário de Coimbra José Mário. «Somos seres totais, tacteamos, saboreamos, sentimos e cheiramos, e devemos reconhecer as outras capacidades que há na vida de cada um». A iniciativa, inédita em Coimbra, pretende ser «uma pedrada no charco na divulgação e sensibilização que a ACAPO quer adoptar», refere o responsável. Aproveitando a quadra e a parceria com a Orquestra do Centro, «uma entidade de referência na cidade e na região», a associação quer alertar para as barreiras sentidas pelos deficientes visuais. «A manutenção do piso, toldos em altura indevida, má sinalização de situações perigosas ou de obras» são alguns dos aspectos negativos que ainda persistem em Coimbra, apesar de algumas melhorias nos últimos anos, diz José Mário. Mas desengane-se quem duvide das capacidades de um invisual para contornar as dificuldades. «A falta de visão é uma característica e uma condição que impõe limitações, mas na devida medida», alerta o responsável, para quem, simplesmente, «não ver é apenas isso, não ver». Apesar da carga social e cultural que a ideia acarreta, sustenta José Mário, «queremos promover a mudança dessa cadeia». Para Piedade Tavarela e Hélder Rodrigues, pelo menos, o objectivo foi cumprido. «Está muito bem pensado e concretizado, porque nos obriga mesmo a utilizar os outros sentidos», consideravam. «Não ver, talvez também pela quadra, fez-me sentir a música de outra maneira, senti-a profundamente», reconheceu Piedade. DC 7 de Janeiro Luís Barata
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