In Ciênciahoje - 2010-05-03 Produção de roupa a partir de
fibras do caule de cânhamo Indústria têxtil europeia congrega
dez investigadores de seis centros tecnológicos Uma equipa de investigadores portugueses conseguiu extrair e
separar com êxito as fibras do caule do cânhamo, aplicando-lhe as propriedades
necessárias à confecção de vestuário técnico apenas com estas fibras naturais,
segundo foi hoje anunciado. Iniciado há um ano, o projecto partiu de um desafio
lançado pela indústria têxtil europeia e congrega dez investigadores de seis
centros tecnológicos de Portugal, Espanha e França. O objectivo do projecto FIBNATEX –
Produção e Valorização Técnica de Fibras Naturais para a Indústria Têxtil do
Sudoeste Europeu - é a criação de tecidos cem por cento de fibras naturais do
cânhamo para serem colocados à disposição da indústria do vestuário,
especialmente o de âmbito técnico. Liderado pelo CITEVE –
Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário, de Vila Nova de
Famalicão, o projecto está dividido em três áreas: fabrico, produção efiação da
fibra (equipa francesa), fiação do fio (CITEVE) e modificação da superfície das
fibras para que adquiram as propriedades ideais para vestuário. A modificação das fibras é
coordenada pela investigadora do Instituto Pedro Nunes (IPN) e da Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) Ana Manaia. As fibras
de cânhamo são “mais ecológicas e
baratas que outras fibras naturais, como o algodão
ou linho, e possuem propriedades de resistência muito superior
(cinco vezes superior ao algodão)”, disse hoje a investigadora. “Ultrapassada a grande dificuldade da extracção e
separação das fibras do caule da planta do cânhamo,
conseguimos, com processos amigos do ambiente, transformar
com sucesso essas fibras, retirando-lhe o mau odor característico da planta,
modificando a cor, aumentando a resistência à temperatura e introduzindo propriedades
anti-bacterianas”, explicou. Fase de produção Os investigadores preparam-se agora
para iniciar a fase de produção do fio, que esperam concretizar até ao final do
ano e crêem que no início de 2011 seja possível arrancar com a produção dos
tecidos. “É necessário optimizar o processo, realizar novos
testes e estudos para se conseguir produzir um
tecido que
obedeça a todas as características estabelecidas
pela indústria” europeia, de forma a enfrentar a “feroz
concorrência dos países asiáticos, nomeadamente da China”, acrescenta Ana Manaia. O cânhamo (cannabis) utilizado na
investigação é proveniente do sul de França e o projecto deverá estar concluído
no próximo ano, com a apresentação de uma colecção de vestuário técnico
(uniformes para médicos, bombeiros e astronautas) e com a transferência
tecnológica para a indústria do vestuário, refere uma nota hoje divulgada pela
FCTUC. Envolvidos no projecto estão
também "LEITAT - Technological Center" e o "ASINTEC
- Centro Tecnológico de Confección", por Espanha, o "GIH – Groupement des
Industries de l'Habillement" e o "ICAM - Institut
Catholique d'Arts et Métiers Ecole d'Ingénieurs
Département Matériaux", por França. Universidade
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