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[Atped] Candidatos a reitor expõem argumentos

To :   <atped@ml.ci.uc.pt>
Subject :   [Atped] Candidatos a reitor expõem argumentos
From :   luís barata <lbarata@ci.uc.pt>
Date :   Tue, 8 Feb 2011 13:59:12 -0000

Havia algumas cadeiras vazias, mas foi bastante generosa a plateia que, tanto de manhã, com João Gabriel Silva, como de tarde, com Cristina Robalo Cordeiro, se deslocou ao auditório da Reitoria para assistir à primeira audição pública dos candidatos a reitores da história da Universidade de Coimbra (UC). Apenas os elementos do Conselho Geral (CG) podiam colocar questões e tirar dúvidas, mas quem assistiu estava à espera de ouvir argumentos.
Tal como previsto, os dois candidatos tiveram meia hora para apresentar as linhas gerais dos respectivos programas. João Gabriel Silva insistiu na necessidade de afirmar a UC internacionalmente, nomeadamente no espaço europeu, fazendo dela um «motor no desenvolvimento do país».
Já Cristina Robalo Cordeiro colocou a investigação e a internacionalização no centro da sua acção, apostando na UC como líder da «investigação de excelência» e na Cultura como quarto pilar da sua estratégia.
Os candidatos foram, depois, sujeitos às perguntas dos elementos do CG. Avaliação do desempenho dos professores e os mecanismos informáticos existentes, agilização dos serviços administrativos, políticas de internacionalização ou ainda questões específicas de cada programa, como a criação do Estatuto do Professor Empreendedor, por João Gabriel Silva, ou da Estratégia de Coimbra, com base em Bolonha, por Cristina Robalo Cordeiro, foram algumas das questões colocadas aos candidatos, que responderam, também, a perguntas comuns.
 
Três medidas imediatas
João Gabriel Silva (JGS) Perceber como é que é que a UC sobreviverá financeiramente até ao final do ano será a primeira preocupação de João Gabriel Silva, que se mostrou igualmente preocupado com a agilização rápida do Centro de Serviços Comuns da UC. Defensor da afirmação internacional da Universidade e consciente da necessidade de encontrar formas de ?auto-financiamento?, o director da FCTUC procurará, imediatamente, «mecanismos de abertura da UC ao exterior e encontrar formas de receita adicional».
 
Cristina Robalo Cordeiro (CRC) Pontualidade, respeitando o ?quarto de hora académico?, será a primeira medida se for eleita. Também Cristina Robalo Cordeiro elegeu o Centro de Serviços Comuns como primeira preocupação e prioridade, até porque, como afirmou, não acompanhou o processo. Junta-se o investimento no Instituto de Investigação Interdisciplinar (3I?s) como forma de sedimentar a aposta na investigação e ainda a pasta da política social. Prometeu, aliás, marcar reunião com o presidente da DG-AAC para «definir prioridades e negociar medidas» nesta matéria.
 
Liderança
e equipa reitoral
JGS Um líder «que lança desafios» e com «capacidade de fazer com que as pessoas os aceitem». João Gabriel Silva tem consciência que sozinho não conseguirá atingir os objectivos de qualidade e afirmação que traçou para a UC. Por isso, quando questionado sobre liderança, garantiu que não pretende ser um reitor «D. Quixote», que vai sozinho para a luta. Deixou claro que terá uma equipa reitoral «claramente superior» à de Seabra Santos porque entende que «só assim terá capacidade para reagir a desafios de maior dimensão». Não tenciona ter qualquer pelouro para além da coordenação da equipa.
 
CRC Uma líder dialogante. Esta é, aliás, uma das «medidas inovadoras» que Cristina Robalo Cordeiro implementará na sua governação se for eleita. Ao diálogo, junta a humanização e a união de esforços para fazer face à crise financeira da UC, mas também do país e a nível internacional. «Sinto que tenho esse poder de liderança», afirmou, adiantando que terá consigo uma equipa representativa de todas as faculdades, que terá vice-reitores com «pelouros muito determinados» e que criará novos pelouros, pelo que terá «uma equipa um pouco maior do que a que existe neste momento».
 
Fraquezas
e forças da UC
JGS Aponta a localização geográfica como fraqueza da UC, quando comparada com outras grandes universidades portuguesas, e considera que o facto de estar «num país em crise, em vias da chegada do FMI» dificulta à imagem de qualidade e de atractibilidade que se quer para a UC. A «fragmentação» dos organismos da instituição foi também frisada. «Se queremos afirmar-nos temos de estar todos em uníssono, dentro das nossas diversidades», afirmou. A História de 700 anos e o facto de estar instalada na «única cidade universitária portuguesa» foram pontos fortes da UC escolhidos. Curiosamente, considera que a localização geográfica pode ser uma força. «Em conjunto, temos de ser melhores para a ultrapassar», afirmou.
 
CRC Transformou todas as potenciais fraquezas da UC em fortalezas. «Estamos localizados na cidade de Coimbra, demograficamente deprimida, mas que é também uma cidade universitária onde se pode ter qualidade de vida», afirmou, apontando a História da UC como seu ponto fraco e forte: «É preciso transformar o mito de Coimbra, da torre de marfim, e fazer dos 700 anos um ponto a nosso favor», afirmou, admitindo que a «morosidade do sistema administrativo, da tomada de decisão» que «não agiliza, que não é eficaz» é outro dos pontos negativos. «Penso que a criação do Centro de Serviços Comuns pode modificar esta fragilidade e transformá-la numa força», rematou.
 
UC transformada
em fundação
JGS Considera que o assunto deve ser «estudado rapidamente», até porque a UC estará em «desvantagem» em relação a outras universidades que funcionam como fundação. «Temos de realística e objectivamente fazer uma análise e decidir se, encontradas as vantagens, podemos evoluir para um modelo fundacional», afirmou, recordando que a decisão cabe, em última instância, ao Conselho Geral.
 
CRC «Não fecha a porta» a essa possibilidade, embora também defenda que esta «tem de ser negociada e discutida», em primeira instância, pela comunidade universitária. Sem dar uma ideia clara sobre o que pensa sobre esta matéria, até porque «não cabe à reitora decidir», disse que acredita numa «universidade como bem público e na responsabilidade da UC».
 
Política social
e propinas
JGS Está em «absoluto desacordo» com qualquer corte nos apoios sociais. Até porque, na sua perspectiva, em tempo de crise, o que deveria existir era «um reforço das verbas, por parte do Estado». «A UC já tem parte do dinheiro das propinas para apoio a estudantes com mais dificuldades», afirmou. Questionado sobre as propinas, o candidato lamentou ser «umas das áreas onde existe pouca escolha», tendo em conta os constrangimentos financeiros actuais. De qualquer modo, prometeu «tentar maximizar uma fracção das propinas» em prol dos estudantes.
 
CRC Garantiu que marcará uma reunião com o presidente da DG-AAC e a sua equipa para que a ajudem a definir prioridades a nível de política social, prometendo dar «mais atenção ao fundo social», uma vez que, devido aos constrangimentos financeiros, não é possível deixar de contar com grande parte do bolo das propinas para a gestão da UC. De qualquer forma, garantiu que não aumentará o valor das propinas, não só porque é uma medida «injusta socialmente», mas também porque pode «prejudicar» a universidade no que respeita à sua atractividade.
 
Financiamento
do ensino superior
JGS Diz que a «grande instabilidade» do financiamento público torna «extremamente limitada» a gestão e o planeamento de qualquer Universidade mas está «convencido» de que, se a UC conseguir «manter a sua missão de universidade produtora de conhecimento» e «motor de desenvolvimento da sociedade», será difícil ao Estado não lhe «dar os recursos necessários». Concorda que será difícil a sua missão se for eleito, tendo em conta que, só em 2011, a redução do orçamento geral da UC é de oito milhões de euros. Questionado sobre financiamento internacional, o candidato considera que este aparecerá se a UC tiver «uma atitude mais pró-activa nos assuntos da União Europeia».
 
CRC Recorda que o próximo reitor terá de «trabalhar com um orçamento herdado» e que, mais uma vez, o financiamento público mais o valor das propinas chegarão, apenas, «para pagar salários». Defende uma aposta nas receitas próprias, «num investimento criterioso, nos projectos europeus», com «audácia e capacidade de arriscar». «Luta-se contra a crise investindo e não tributando», afirmou, referindo-se ainda à necessidade de diminuir despesas e racionalizar custos e de apostar no turismo como fonte de auto-financiamento.
 
Fonte: Diário de Coimbra
Luís Barata
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