É consternado que divulgo a informação veiculada pela Universidade do Porto, acerca do falecimento do Professor Eugénio dos Santos, académico de mérito da Academia Portuguesa da História e docente de enorme craveira intelectual. Eugénio dos Santos deixou a sua marca na Universidade do Porto e em várias outras instituições de ensino superior nacionais e internacionais. Foto: ISCET Eugénio dos Santos, professor catedrático jubilado do Departamento de História, Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), faleceu no passado sábado, aos 84 anos de idade. Natural de Santa Maria da Feira, Eugénio Francisco dos Santos (1937-2022) fez parte da primeira geração de licenciados em História da FLUP, instituição onde se afirmaria, ao longo de cerca de quatro décadas, como uma das principais figuras do Departamento de História. “Primeiro como estudante, depois como docente, a sua carreira académica esteve intimamente ligada ao desenvolvimento da Faculdade de Letras na segunda metade do século XX”, recorda o Reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira. Doutorado em História Moderna e Contemporânea (1977), Eugénio dos Santos ascendeu a professor catedrático em 1980, com apenas 43 anos. Ao longo do seu percurso académico na FLUP, lecionou inúmeras disciplinas dos cursos de História, incluindo a História do Brasil, da qual foi o responsável durante mais de uma década. Foi, de resto, à História Moderna de Portugal e do Brasil que dedicou uma parte substancial do seu trabalho científico. Autor de uma extensa e premiada obra bibliográfica, orientou mais de meia centena de teses de mestrado e de doutoramento, tanto em Portugal, como no Brasil. Pertenceu ainda a numerosas agremiações científicas, como a Academia Portuguesa da História, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ou a Associação de Historiadores Latino-Americanistas Europeus, que presidiu entre 1995 e 1998. O legado deixado por Eugénio dos Santos à Universidade ultrapassa, contudo, as fronteiras da História e da FLUP, onde desempenhou também as funções de presidente do Conselho Científico e do Conselho Pedagógico. A ele deve-se igualmente um papel decisivo no processo que conduziu à criação, em 2000, do pioneiro Curso de Ciências da Comunicação da U.Porto, que dirigiu até à sua jubilação, em 2007. Nesse mesmo ano, foi reconhecido com a atribuição da Medalha de Ouro da Faculdade de Letras. “O seu desaparecimento constitui, por isso, uma perda para a Faculdade de Letras, para a Universidade do Porto e para toda a academia portuguesa”, resume António de Sousa Pereira. Da Universidade do Porto para o mundoPara além da Universidade do Porto, Eugénio dos Santos lecionou ainda em diversas instituições de ensino superior nacionais e internacionais. Neste lote incluem-se a Universidade Católica (do Porto e de Viseu), a Universidade dos Açores, a Universidade Portucalense, a Escola Superior de Jornalismo do Porto, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, as universidade de São Paulo e Federal do Rio de Janeiro (Brasil), a Universidade de Santiago de Compostela (Espanha) ou a Universidade de Leiden (Países Baixos). Atualmente, desempenhava funções como docente e provedor do estudante do Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo (ISCET), no Porto. O funeral de Eugénio dos Santos realizou-se ontem, domingo, em Caldas de São Jorge (Santa Maria da Feira), sendo reservado aos seus familiares. Nesta semana, em dia e hora a anunciar, será celebrada uma missa de 7.º dia, na Igreja dos Congregados, no Porto. |
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