HOMENAGEM A GUILHERME FILIPE É JÁ ESTE SÁBADO O dia 6 de agosto vai ficar marcado por uma série de iniciativas destinadas a homenagear o pintor fajaense
Guilherme Filipe, nomeadamente através do descerramento de uma lápide comemorativa na casa onde nasceu. O ato insere-se no “4.º Encontro Cultural Pampilhosense” e é o resultado da articulação entre a família do
pintor modernista, falecido em 1971, e Junta de Freguesia de Fajão-Vidual, sendo que terá lugar às 12:45 horas. Antes disso, a jornada de homenagem principiará com uma concentração no cemitério de Fajão, pelas 10 horas,
onde será colocada uma coroa de flores na campa de Guilherme Filipe. Segue-se uma visita guiada à capela de Nossa Senhora da Guia, na qual se encontram painéis pintados pelo artista fajaense. Depois, pelas 11:30, haverá uma visita guiada à aldeia de Fajão,
durante a qual serão inauguradas telas expositivas exteriores, que ficarão temporariamente na “aldeia de xisto”.
Por fim, durante a tarde, realizar-se-á um colóquio na Casa da Cultura de Fajão, na qual três oradores convidados
irão dar a conhecer o percurso de Guilherme Filipe, sob diferentes perspetivas. O “4.º Encontro Cultural Pampilhosense” é um evento organizado pelo Grupo dos Amigos do Património Pampilhosense
(GAPP), contando com o apoio da Junta de Freguesia de Fajão-Vidual e da família do malogrado pintor fajaense. Todos os eventos são livres e abertos a toda a população e constituem uma oportunidade única para conhecer uma das mais fascinantes personalidades
do concelho de Pampilhosa da Serra, hoje infelizmente muito esquecida. As iniciativas do GAPP e contacto podem ser encontrados na sua página no Facebook. «Guilherme Filipe Teixeira: curiosidades genealógicas dum fajaense», por Nuno M. Barata-Figueira
Na sua comunicação o genealogista Nuno M. Barata-Figueira irá dar-nos a conhecer alguns aspetos genealógicos do pintor
fajaense Guilherme Filipe Teixeira. A começar pela origem dos seus apelidos (Filipe e Teixeira), a comunicação dar-nos-á também a conhecer alguns aspetos
genealógicos bastante interessantes e inesperados, como o parentesco com alguns pintores da região, tal como o parentesco com algumas figuras de relevo nacional. * * * Filho de pampilhosenses, Nuno Miguel Marques Barata-Figueira nasceu em Lisboa em 1977. Licenciado em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa, iniciou a sua carreira profissional como advogado, sendo atualmente
jurista num instituto público que integra o Ministério da Justiça. É sócio de: Academia Portuguesa de Ex-Líbris; Associação de Antigos Alunos da Universidade Autónoma de Lisboa; Associação
de Juristas de Pampilhosa da Serra; Associação de Melhoramentos de Padrões; Associação dos Amigos da Torre do Tombo; Associação Portuguesa de Genealogia; Casa da Comarca da Sertã; Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra; Colégio Brasileiro de Genealogia; Instituto
Português de Heráldica; Grupo de Amigos da Freguesia de Madeirã; e da Real Associação de Lisboa. Atualmente desempenha funções como: Secretário-Geral da Direção da Associação Portuguesa de Genealogia e Redator do seu
órgão periódico «Raízes & Memórias»; Vice-Presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Casa da Comarca da Sertã; Secretário do Conselho Regional da Casa do Conselho de Pampilhosa da Serra; e Segundo Secretário do Conselho Fiscal da Real Associação de Lisboa. Tem trabalhos publicados na revista "Raízes & Memórias" da Associação Portuguesa de Genealogia, no jornal "Serras da Pampilhosa"
da casa do Concelho de Pampilhosa da Serra, no boletim "Agulha de Pinho" da Casa da Comarca da Sertã e no boletim "Alma Recreativa" do Grupo Dramático e Recreativo Ramiro José, Serras Online «Vida e obra de Guilherme Filipe», por
Rita Cortês de Matos
Nesta comunicação será apresentada uma visão multifacetada do pintor Guilherme Filipe, cuja
vida não se ficou apenas pelo campo das artes, envolvendo-se em diversos aspetos da sociedade e da política portuguesa do século 20. Rita Cortês de Matos
cresceu no meio da arqueologia e acabou por se especializar em desenho arqueológico muito cedo.
Licenciou-se primeiro em Educação Física e só depois em História. Acabou por fazer o mestrado na área da História
dos Descobrimentos Portugueses. Nos últimos anos, especializou-se na área da ilustração, nomeadamente da ilustração científica, através dos
cursos de Desenho Científico do Museu de História Natural de Lisboa, com o professor Pedro Salgado.
Ganhou em 2018 o primeiro Prémio Internacional de Ilustração Científica Illustraciencia. Atualmente trabalha como ilustradora freelancer. «Guilherme Filipe, o “marinheiro-pintor” da Nazaré», por Dóris Santos
Segundo Jaime Cortesão, o encanto da Nazaré resulta da “combinação humano e natureza” (Portugal. A Terra e o Homem, 1966).
A expressividade apaixonada das suas gentes, a beleza Mar – Promontório e a espiritualidade multissecular ligada ao culto a Nossa Senhora da Nazaré permanecem basilares na identidade da comunidade e na sua capacidade de seduzir turistas de toda a parte. Entre
estes, incluem-se também escritores e artistas, que em muito inspiraram a criação de uma imagem estética, quase mítica e exótica, sobre a Nazaré, onde o grande motivo é o tema humano associado ao mar. Guilherme Filipe foi apelidado por Tomaz Ribas como o “pintor das paisagens e gentes da Nazaré” (1959). Aqui encontrou
o autêntico alento da sua obra, sobretudo a partir dos anos 1930, pintando o mais que podia, “a-fim-de criar algumas «ilustrações» do mundo nazareno, pequeno como tamanho, mas enorme como humanidade” (Diário de Lisboa, de 31 de julho de 1939). Para as suas
telas e desenhos, transpôs os rostos dos pescadores e peixeiras com quem privava no quotidiano. A mulher enche muitas composições, desde a nazarena imparável na sua labuta diária à da velhice amarga, da devota silenciosa à sedutora da juventude. Noutra linha
de trabalhos, seleciona aspetos coletivos da “Vida da Nazaré”, na praia, no mercado, num recanto à beira-mar, no interior da lota ou da cabana. Vestindo-se com a “camisa à pescador”, amigo da elite cultural, mas também das gentes piscatórias, o pintor não se limitou
a colorir a Nazaré. Mobilizou-se pelo seu desenvolvimento social e cultural; a ele se deveu a Direção Artística da primeira Festa do Mar (setembro de 1939) e, nas páginas do Diário de Lisboa, apelou a medidas radicais para “salvar a Nazaré”, para “que esta
mantenha o seu passado como museu-atelier vivo”. Foi um zeloso defensor da necessidade de criar um Museu da Nazaré e várias das suas obras integram este Museu, inaugurado em 1976, com o nome de Museu Dr. Joaquim Manso. Artistas como Guilherme Filipe, nos seus arrojos isolados e modernistas, elevaram a Nazaré a uma dimensão humana e estética.
Sobre ele e a Nazaré, em 1958, José Carlos Galhardo escrevia n’ O Século: “A bela praia portuguesa tem nele um dos principais intérpretes. Soube captar o seu «mundo», sentir o seu viver, interpretar a sua alma”. * * * Dóris Santos é Diretora do Museu Nacional do Traje e investigadora do Instituto de História da Arte da NOVA – FCSH, no
Grupo MuSt (Museum Studies). Até dezembro de 2021 foi Diretora/Coordenadora do Museu Dr. Joaquim Manso – Museu da Nazaré. Doutorada em História da Arte – Especialização em Museologia e Património Artístico (NOVA – FCSH), com a tese “Arte, museus
e memórias marítimas. Identidade e representação visual da Nazaré” (2020), que foi distinguida com a 5,ª edição do “Prémio de Estudos em Cultura do Mar Octávio Lixa Filgueiras” (2021), instituído pela Câmara Municipal de Ílhavo, através do Museu Marítimo de
Ílhavo. Mestre em Museologia e Património (2006), pela NOVA – FCSH, e licenciada em História, variante História da Arte, pela
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1997), possuindo também licenciatura no Ramo Educacional do mesmo curso (1999). É autora de publicações e artigos nas áreas da museologia, história da arte e história local. Enviado do Correio para Windows |
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