Com a devida vénia, dou conhecimento de uma informação complementar prestada pelo Doutor Raimundo Maurício, docente do Instituto Politécnico de Bragança, acerca do exército luterano de D. Sebastião. Rainer Daehnhardt escrevera: «Ainda se admiram de terem sido os Dominicanos – já então chamados os “CANES DEI” (“cães de Deus”), nome por eles criado, porque se sentiam autorizados a morder em benefício da fé –, fiéis executantes de tudo o que a Inquisição e o Santo Ofício mandavam, que criaram distúrbios no Cais do Sodré, quando os marinheiros e os mercenários, chegados nas cracas hanseáticas, queriam desembarcar, para ver a tão desejada capital, Lisboa, para eles um centro emergente de um novo Mundo, que se esperava ser melhor do que o antigo da velha Europa, que já conheciam? Compreendo a tomada de posição de Dom Sebastião em os mandar para Cascais, à espera do transporte para Tânger; se não tivesse feito isso, já teria a guerra em casa, quando ele a preferia combater longe daqui! Não se esqueçam que D. Sebastião bem frisou aos seus conselheiros: «Estes nórdicos mostram mais vontade para combater do que os nossos!» – frase muitas vezes mencionada, mas raras vezes compreendida! Complementou o Doutor Raimundo Maurício: Vou tentar responder por pontos, os mais curtos possíveis, baseando-me em quem eram os Domini canes e seus métodos de agir, sobretudo a Inquisição. 1) Quando chegam os mercenários nas Cracas a Lisboa, já estavam em Lisboa os Espanhóis da Andaluzia recrutados. 2) Numa carta de Filipe II ao seu embaixador em Lisboa afirma mais ou menos isto: os hereges meus inimigos são. 3) A Inquisição, que me recuso de escrever "Santa" (percebo porque o Rainer o escreve, porque era seu nome oficial - porque assassinos são), era encabeçada pelo Cardeal Henrique, ao serviço de Castela e Roma. 4) As crónicas à época referem que os confrontos começaram entre os Espanhóis e os Alemães, escandalizados pela presença de mulheres e crianças (qualificadas de prostitutas pelos cronistas – a desculpa da falsa moral). 5) A Inquisição espumava de raiva, porque hereges haviam aportado no centro do Cais-do-Sodré. Os seus serviços secretos, os Domini canes, atearam o rastilho de pólvora pela infantaria espanhola, na sua maioria, elches convertidos ao Cristianismo (assim dizem as Crónicas). 6) Rapidamente os mercenários germânicos se defendem e os confrontos, começando por ofensas e rixas localizadas, rapidamente se alastram... (isto penso eu). 7) Sabiamente, El Rei os envia para Cascais. Por conseguinte, D. Sebastião, para evitar guerra e mortes dos seus infantes, envia os alemães para Cascais, protegendo, assim, a nata do seu exército. Mais uma vez, a sabedoria do Rei iniciado neutraliza o ódio da Inquisição. |
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