Com Pedro Leite, Judite Primo, e outros colegas e professores, fizemos um percurso experimental e científico na museologia (patrimologia) único e singular. Foi uma espécie de ilha perdida no oceano das possibilidades…
Foi esse contexto irrepetível de experiências e reflexões que a Mensagem n.º 22324 (10/11/2021) de Pedro Leite me fez reviver.
Desde já ficamos disponíveis para, nalgum museu ou instituição congénere responsável por património (mediante condições e justa remuneração), aplicarmos a «metodologia do Jogo» à interpretação do acervo e da colecção.
Trata-se de uma mudança de paradigma na relação entre o museu e os visitantes. Cujas consequências se repercutem numa melhoria da capacidade de comunicar, partilhar e fazer participar. Utilizando as palavras de
Pedro Leite, contribuem para uma efetiva “Educação e Diversidade”.
Para a implementar, existem um conjunto de princípios, regras e técnicas que são necessárias aplicar.
Não é aqui lugar para aprofundar esta metodologia de “O Jogo e os Museus”. Apenas chamarei a atenção para o seguinte: Todas as narrativas de museus baseadas na “história” são partes que estão ligadas
por um elo (mecanismo) muito forte e inamovível. O resultado é um encadeado (algoritmicidade) que cola essas partes num constructo (narrativa) demasiado fixo, quase inamovível. A interpretação do acervo e da coleção (património) repete-se sem permitir qualquer
mudança, quer por parte do museu quer por parte dos visitantes.
Na «metodologia do Jogo» essa rigidez do encadeado (história) entre as partes é flexibilizada. Os elos que unem as partes, pelas quais se compõem a narrativa e a interpretação, são possíveis de serem alterados.
O resultado é, em vez de um encadeado fixo e rígido, uma matriz de permutações e inter-relações entre as partes. Ou seja, uma leitura matricial (logaritmicidade), em que o visitante pode compor vários encadeados (histórias) usando as mesmas partes. As consequências
são enormes, no que se refere à relação entre o museu e os visitantes em termos de participação, comunicação e partilha.
Acresce, que esta «metodologia do Jogo aplicada aos museus» permite fazer uso das novas tecnologias de informação, concretamente a entrada nos museus da Inteligência Artificial, Machine Learning e da robotização.
O acervo, a coleção, e as respectivas narrativas e interpretações são passíveis de serem utilizadas à distância (online), exponenciando o acesso ao museu para além dos limites dos seus edifícios e instalações.
Ficamos a aguardar, que algum museu aceite este nosso desafio.
Pedro Manuel-Cardoso |
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