[Museum] Uma nota do Doutor Vítor Serrão

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                Com a devida vénia se transcreve da página Micro-história da Arte, no Facebook, esta nota do Doutor Vítor Serrão:

 

A SENHORA D. INÊS DE MESSEJANA. O nome de D. Inês de Castro, mulher de D. Lourenço da Silva, 7º senhor de Vagos, alcaide-mor de Lagos, comendador da Messejana e regedor da Casa da Suplicação, morto em combate em Alcácer Quibir em 1578, veio-me à agenda quando preparava comunicação ao congresso MULHERES MECENAS (que decorre nestes dias). Trata-se de um tema micro-histórico dentro do vasto campo macro-artístico do «mecenatismo no feminino». Esta D. Inês de Castro era filha de João de Meneses, alcaide-mor de Albufeira e senhor de Tarouca, e de D. Luísa de Castro, filha dos 3ºs Condes de Monsanto, sabe-se que nasceu c. 1525 e, com seu marido (de quem teve sete filhos, um deles também morto em Alcácer), patrocinou o convento franciscano de Messejana, hoje em ruínas, e a igreja da Misericórdia da vila santiaguista (hoje integrada no concelho de Aljustrel). Ora é na igreja da Misericórdia de Messejana que existe ainda a capela primeva, com seu retábulo representando o Pentecostes (ou seja, a Descida do Espírito Santo sobre a Virgem e os Apóstolos) e que inclui o seu retrato ! Sabemos que D. Inês custeou o término de tais obras, já viúva. Nesta boa pintura maneirista do último quartel do século XVI, que revela artista regional de certos recursos, surgem representados, imediatamente atrás da Virgem, D. Inês de Castro e o Comendador seu marido, falecido em Alcácer ! «Petites histoires» que a Micro-História da Arte tece, e que precisam de ser bem investigadas ! Na verdade, sabemos ainda tão pouco deste «largo século XVI», tempo de Camões, época de ouro da cultura portuguesa !

 

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