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[Museum] RE: [Archport] Um singular concurso na Câmara Municipal de Évora!

To :   "jde@fl.uc.pt" <jde@fl.uc.pt>, archport <archport@ci.uc.pt>, museum <museum@ci.uc.pt>
Subject :   [Museum] RE: [Archport] Um singular concurso na Câmara Municipal de Évora!
From :   Jorge Feio <jorgefeio77@hotmail.com>
Date :   Tue, 14 Dec 2021 08:36:21 +0000

Bom dia!

Não sendo profundamente conhecedor do que se passou, creio que pela mesma altura foi aberto concurso também para arqueólogo por tempo determinado (por um ano, até um máximo de 3 anos). Tendo concorrido a esse concurso, pude depois apurar que tanto o arqueólogo como o arquitecto irão trabalhar num gabinete de arqueologia, coordenado por uma arqueóloga. Ou seja, algo raro, um gabinete com arquitectos e engenheiros que é coordenado por uma arqueóloga, vai ser reforçado por mais um arqueólogo e um arquitecto.

Neste momento, encontram-se ainda abertos concursos para Arqueólogo em Ourique (à espera de provas) e em Beja (com provas terminadas à espera de colocação de arqueólogo).

Espero que em todos os que ainda irão ser alvo de provas e naqueles que vierem a ser abertos não haja aquilo que é mais habitual: batota! É que já me impediram de participar em concursos porque faltava a cópia do Cartão de Cidadão, que eu tinha enviado, por exemplo (interessava colocar a arqueóloga que estava lá a fazer uns trabalhos). Noutro concurso perdi por 0.03 valores Neste, tive a melhor nota na prova escrita, tive 20 valores na prova psicotécnica e baixaram-me a nota na prova oral para entrar a "cunha". Bastou-me consultar o processo para ver que não tinham apontado um terço daquilo que eu tinha dito. Passados uns anos, um membro do júri, morador em São Pedro do Corval e amigo de longa data da minha mulher - que é de São Pedro do Corval - veio pedir-me desculpa e indicou-me que tudo tinha sido preparado por outro membro do júri. E que os restantes membros tiveram que aceitar. Aliás, o primeiro arqueólogo que esteve nesse júri saiu quando se apercebeu do que estava a acontecer. 

Isto é que não pode acontecer nos concursos. De resto, haja força para colocar arqueólogos em todas as Câmaras Municipais e em quase todos os ministérios a ver se isto vai para a frente.

Jorge Feio

Arqueólogo


De: archport-bounces@ci.uc.pt <archport-bounces@ci.uc.pt> em nome de jde@fl.uc.pt <jde@fl.uc.pt>
Enviado: 13 de dezembro de 2021 19:09
Para: archport <archport@ci.uc.pt>; museum <museum@ci.uc.pt>
Assunto: [Archport] Um singular concurso na Câmara Municipal de Évora!
 

                Acedendo a https://www.bep.gov.pt/pages/oferta/Oferta_Detalhes.aspx?CodOferta=90087 pode ver-se que terminou a 16 de Setembro o concurso cujos termos foram publicados

no DR, 2ª Série, Nº171, de 02/09/2021, aberto pela Câmara Municipal de Évora para preenchimento de um lugar de Arquiteto no Departamento Sociocultural, com a caracterização constante no mapa de pessoal da autarquia, aprovado para o ano de 2021.

            No ponto 10 («Habilitações literárias exigidas») fala-se em licenciatura, especificando-se logo em seguida: «Para o Posto de Trabalho de Técnico Superior-Arqueologia e Museologia, será exigida a licenciatura em Arquitetura».

            Certo é que, no ponto 4.1, quando se descrevem as funções que poderão ser-lhe atribuídas, se aponta «nomeadamente, colaborar no campo do património arqueológico, realizando levantamentos rigorosos e vectorização de contextos arqueológicos, incluindo plantas, cortes e alçados de estruturas, unidades estratigráficas e património móvel; Relação urbanística, contextual e cronológica entre o edificado existente e os contextos arqueológicos que se relacionam diretamente entre si».

            Se bem se compreende, o posto de trabalho é para Arqueologia e Museologia e… requer-se a licenciatura em… Arquitectura! Não um arquitecto, devidamente inscrito na Ordem, mas um licenciado; não um arqueólogo ou um museólogo de formação, mas… um licenciado em Arquitectura!

            Assim, à primeira vista, algo corre estranhamente pelas bandas da Cidade-Museu, cujo centro histórico foi declarado, em 1986, Património Mundial pela UNESCO!

            Diria o nosso saudoso Fernando Pessa: «E esta, hein?!».

           

                                                                                               José d’Encarnação

           

           

 





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