Crónica de uma derrapagem anunciada: Os factos (como os jornalistas gostam) são avassaladores: A obra de conservação / valorização / musealização das pré-existências arqueológicas do C vai custar mais de 70% que o previamente orçamentado: reajustamentos ao projecto inicial, indeminização à construtora por um ano de obra parada, mais 600.000 Euros de trabalhos arqueológicos. O que estava orçado em 3,8 M ficará por cima de 6,5 M e ainda falta a museografia, peça fundamental do projecto. 30 anos depois de iniciados os trabalhos no claustro assim estamos. Só falta explicar que a dita obra é de conservação / valorização / musealização em cripta das pré-existências arqueológicas do claustro, donde se conclui que o processo foi mal concebido, mal desenhado, mal executado e mal gerido. Se fosse bem concebido, desenhado e gerido, haveria boa medição de custos de obra, bom conhecimento e definição do que se pretendia conservar / valorizar / musealizar e, seguramente, não haveria paragens de obra, nem trabalhos arqueológicos suplementares, nem derrapagens... Quem acompanhou este processo ao longo dos últimos 30 anos, não teria dúvidas, quando se apresentou a primeira versão do projecto, que estávamos perante uma derrapagem anunciada ou, em alternativa, de um grave atentado ao património cultural de Lisboa. Assim estamos e assim vamos, com a única certeza de que a culpa de tudo isto não é das pré-existências arqueológicas do claustro da Igreja de Santa Maria Maior (Sé) nos atrasos e derrapagem de custos da obra, que visava justamente a sua conservação / valorização / musealização. Factos sim, mas com a devida contextualização. E já se sabe que a culpa morrerá solteira, restando apenas a má imagem de todo este processo. Carlos Fabião |
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