[Museum] 49º Festival Estoril Lisboa - Festival no Outono

[José D´Encarnação <jde@fl.uc.pt>]

Title: 49º Festival Estoril Lisboa - Festival no Outono

49º Festival de Estoril Lisboa

Um Festival com Património

 

 

Festival no Outono, de 11 de Novembro a 9 de Dezembro

 

Música pela Paz, Francisco d’Holanda e Damião de Gois em destaques

 

A associação do festival ao património arquitectónico nas diversas efemérides celebradas nos últimos anos continuará a expandir-se em dois novos ciclos de características complementares iniciadas no Verão: “Portugal no Renascimento Europeu” e “Festival nas Freguesias”. Com “Portugal no Renascimento Europeu” se abre uma janela para a divulgação de personalidades e obras que, sendo de primeira magnitude mundial, nem sempre são conhecidas na proporção do seu valor. Francisco d’Holanda e Damião de Góis são exemplos evocados na música vocal deste outono. As semelhanças e diferenças da música portuguesa de 500 são confrontadas com as de Espanha, Itália e Flandes com os agrupamentos Ministriles de Marsia, Cupertinos e Vocal Ensemble, que fazem o seu trajecto levando consigo as estreias absolutas de obras encomendadas a Miguel Diniz e João Caldas. Na primeira, é evocada a relação de Francisco d’Holanda com Michelangelo e a Itália, enquanto a segunda se inspira na relação de Damião de Góis com Erasmus e a Flandes.

 

A “Música pela Paz”, não pode deixar de ser uma actualidade premente que terá estreias de numerosas obras em Portugal. O pianista ucraniano Antonii Baryshevsky, pela primeira vez em Portugal, dará um recital dedicado a compositores do seu país, como Lyatoshynskyi, Silvestrov e Shalygin. E, com a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, serão apresentadas obras de Finzi, Silvestrov, Vasks e Skoryk.

 

O “Romantismo Alemão” é evocado pelo Coro de Câmara da ESML, com obras de Schubert, Brahms e Bruckner, e pela Sinfonia nº. 7, de Brucker, com a Orquestra Sinfónica Metropolitana, dirigida por Michaell Zilm.

 

Afastado do centro da Capital, o “Festival nas Freguesias” continua o estimulante projecto iniciado no Verão, onde a qualidade dos mais destacados jovens grupos de câmara se junta ao património arquitectónico local, numa nova acção cultural e social inovadora. O Palácio da Mitra, a Igreja da Madre de Deus e a Biblioteca de Alcântara vão acolher esta iniciativa.

 

Por sua vez, o Ciclo de Órgão, integra os Ministriles de Marsia e o organista Javier Artigas, num programa dedicado às Batallas de tientos, muito usado no estilo renascentista, enquanto o organista Luc Ponet apresentará variações sobre temas de Natal de diferentes épocas.

 

O Festival no Outono, decorre num conjunto de monumentos patrimoniais composto pela Sé Catedral de Lisboa, Igreja de São Vicente de Fora, Academia das Ciências de Lisboa, Palácio da Mitra e, pela primeira vez, na Igreja da Madre de Deus e Basílica da Estrela. Decorre, ainda, na Fundação Oriente e na Biblioteca de Alcântara.

 

O 49º FEL é financiado pela DGArtes e Câmara Municipal de Lisboa com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, Acción Cultural Española e diversas empresas.

 

Toda informação em www.festorilisbon.com .

 

 

49º Festival Estoril Lisboa

Ministriles de Marsias, Javier Artigas, orgão

 

11 de Novembro - 17.00h - Igreja de São Vicente de Fora | Lisboa
Portugal no Renascimento Europeu
Ministriles de Marsias
Paco Rubio, corneta
Josep Borràs, baixãozinho e baixão
Simeón Galduf, sacabuxa
Fernando Sánchez, baixão e baixãozinho
Javier Artigas, órgão 
Batallas de Tientos

ENTRADA LIVRE

 

 

Javier Artigas  estudou Órgão e Cravo, sob a orientação de José Luis González Uriol, havendo conquistado o Prémio Extraordinário de Fim de Curso. Posteriormente aperfeiçoou-se junto de Radulescu, Torrent, Schnorr, Alain, Rogg e Houbard, entre outros. Na qualidade de solista, actua regularmente em festivais que têm lugar em Espanha e noutros países da Europa, da Ásia e da América, e, em música de câmara, já se apresentou com os agrupamentos Ministriles de Marsias, Il Trio Galante, Ensemble 415 e La Oropéndola. Entre os seus registos fonográficos contam-se Tañer con Arte, premiado com cinco estrelas pela revista Goldberg, e, como musicólogo, deve-se-lhe a nova edição e transcrição das obras para teclado de Jusepe Jiménez e de Frei Juan Bermudo. Javier Artigas desempenha actualmente as funções de director do Departamento de Música Antiga e catedrático de Órgão e Cravo no Conservatório Superior de Múrcia, bem como as de professor convidado do Departamento de Música Antiga da ESMUC (Barcelona) e de director técnico do Festival de Música Antiga de Daroca e das Jornadas Internacionais de Órgão de Saragoça. É também responsável pela conservação e restauro do património organístico da Região de Múrcia, de onde se destaca o Grande-Órgão Merklin-Schütze (1854).
 

Ministriles de Marsias é um verdadeiro conjunto de menestréis, nome dado aos instrumentos de sopro nas capelas das catedrais. O grupo é especializado na interpretação de música espanhola, e não apenas instrumental, mas vocal, juntando cantores e órgão para recriar o modelo que era típico nas capelas das nossas igrejas e catedrais, onde os menestréis eram indispensáveis desde o final do século XV até meados do século XVIII e onde germinou a nossa melhor música (Anchieta, Peñalosa, Morales, Guerrero, Victoria, Cabezon, Correa de Arauxo...). Os Ministriles de Mársias começaram a oferecer gravações que resultam do trabalho de anos na recuperação do património musical hispânico. O seu CD Trazos de los ministriles ganhou o prémio de melhor CD de música renascentista em 2010 atribuído pelos leitores da revista Compact CD. O seu CD duplo, Invenciones de glosas: Antonio de Cabezón, foi classificado como «disco excepcional» na revista Scherzo (Maio de 2011). Os Ministriles de Marsias já atuou em grande parte da Europa e do território espanhol em prestigiados festivais de música antiga. Foi galardoado, nas edições de 2014, 2017 e 2020 dos prémios GEMA, como melhor grupo de música renascentista.