No contexto da música ocidental, órgão é o único instrumento que manteve presente ininterruptamente até hoje a prática da improvisação. Esta presença – que, noutros instrumentos, se perdeu à medida em que a escrita musical se foi afirmando – deveu-se em grande parte à função «utilitária» do organista enquanto colaborador (ou mesmo protagonista) da liturgia, a qual que permaneceu ao longo dos séculos, ajustando-se às transformações operadas no ritual das diferentes religiões cristãs ocidentais. Aos teclados do órgão histórico João Fontanes de Maqueira (1765) da igreja de São Vicente de Fora, Thomas Ospital, titular do grande órgão da igreja de Saint Eustache em Paris, oferece ao público uma demonstração dessa arte tão complexa como espectacular. A par com obras de compositores franceses dos séculos XVI a XVIII, o programa apresenta improvisações, incluindo uma suite improvisada sobre canções de Natal de diversas regiões da Europa. |