A italianização que se fez sentir na música sacra portuguesa durante o reinado de D. João V está bem patente na obra de Carlos Seixas. Contrariamente a outros compositores, como Francisco António de Almeida, João Rodrigues Esteves e António Teixeira, que foram enviados a Roma, como bolseiros, para aí se exercitarem na arte da composição, Carlos Seixas nunca saiu de Portugal. Após receber do seu pai Francisco Vaz, organista da Sé de Coimbra, os primeiros ensinamentos musicais (provavelmente na tradição dos organistas portugueses do século XVII), tornou-se extremamente permeável às novas influências italianas, vindo a tornar-se organista da Sé de Lisboa, e posteriormente Vice-Mestre de Capela, um dos poucos músicos de nacionalidade portuguesa ao serviço de D. João V. Para além de uma vasta obra para tecla, sobreviveram um concerto, uma abertura, uma missa e vários responsórios. Os quatro Responsórios de Nossa Senhora da Conceição, conservados no Arquivo da Sé de Viseu, serão hoje apresentados em conjunto pela primeira vez nos tempos modernos. O programa será completado com outros dois responsórios e obras de órgão do compositor. |