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Em “Meditherranios”, Luisa Amaro desenvolve uma teoria musical muito própria para a guitarra portuguesa, aliando-a ao guitolão, aos clarinetes e à percussão. Nesta busca de sortilégios ancestrais, que é ao mesmo tempo uma viagem de pesquisa e criação pelos mais profundos itinerários do passado, evoca a complexa miscigenação cultural que Portugal experimentou ao longo da sua história, em que se cruzaram as influências judaicas e muçulmanas provenientes desse grande mar Mediterrâneo que em tempos uniu povos e foi veículo de uma civilização sui generis. Por isso nesta aventura de peregrinação pelos seus “Meditherranios” recriados, nesta fusão de sonoridades e de lugares longínquos, o lirismo assume plenamente a voz da nostalgia — a recordação de que houve um tempo e um lugar em que a música poderia ter sido assim.
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