Olá, bom dia! Há dois anos, de uma das vezes em que estive em Londres, como não tinha comprado antecipadamente bilhete para visitar a Abadia de Westminster e não tenho paciência para esperar horas em filas, fui andando pelas ruas até que descobri a Catedral de Westminster, católica, bastante feia (em estilo neo-bizantino), muito mais recente que a sua vizinha. Nunca tinha ouvido falar desta catedral, confesso. Entrei para conhecer. Era hora do almoço e fui recebida por um som celestial: o de um órgão de tubos, a ser tocado com mestria, por alguém que ficava longe dos olhos dos visitantes. Fiquei lá, sentada num desconfortável banco de igreja, com dezenas de outras pessoas, simplesmente a ouvir, durante quase uma hora. Devo dizer que é das melhores recordações que guardei das minhas visitas a Londres. Recordo este episódio para vos falar do Festival Internacional de Órgão do Algarve, que está prestes a começar, como o Hugo Rodrigues aqui dá conta. Este Festival, fruto do pioneirismo e teimosia da Associação Cultural Música XXI e da Patrícia Neto Martins, sua principal organizadora, deu a conhecer os órgãos de tubos históricos que existem nas igrejas do Algarve. Muita gente nem sabia que tais órgãos ainda podiam tocar… Também contribuiu para o restauro de alguns desses instrumentos, como já aconteceu em Portimão, em Lagoa, em Tavira. E até levou à construção de um órgão, o que irá ser instalado na Igreja Matriz de Loulé. Pelo meio, além de concertos sempre surpreendentes, este Festival já incluiu colaborações com nomes importantes de outras artes, como a escritora Lídia Jorge, ou concertos e visitas pedagógicas para os mais jovens.
já agora: sabia que há organistas e organeiros? E que se trata de funções diferentes? |
