Nos grandes olhos das crianças vê-se
o infinito em flor desabrochar!
E rezo agora a minha prece.
Falar de crianças, é rezar.
Oh! pensar que elas hão-de crescer
e ser os homens de algum dia!
Pensar que toda esta alegria
se enflora agora para mais não ser!
Mas que pena, meu Deus, que as crianças
não fiquem toda a vida assim,
enchendo a Terra de risos e esperanças,
florindo a nossa vida até ao fim!
Oh! pensar que elas hão-de crescer,
tudo nelas mudar quanto se vê,
e que hâo-de, como nós, saber, sofrer,
e ser homens — ser maus, que o mesmo é…
A noite cai, mal amanhece,
o dia vai, pra não voltar…
Nos grandes olhos das crianças vê-se
o infinito em flor desabrochar!