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[Ana Luisa Santos <alsantos@antrop.uc.pt>]

CICLO DE SEMINÁRIOS DO DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA



A  datação pelo radiocarbono: as amostras de ossos e a sua
fiabilidade


António M. Monge Soares
Instituto Tecnológico e Nuclear, Sacavém
16 de Março de 2004 - 12h 
Anfiteatro I do Departamento de Antropologia


Resumo O radiocarbono, um isótopo radioactivo cosmogénico do
carbono, constitui a base do método de datação absoluta mais utilizado em
Arqueologia e em Antropologia. Qualquer que seja a técnica utilizada, a
idade limite passível de ser atingida por este método é de cerca de 50
mil anos, o que o torna numa ferramenta importantíssima no
estabelecimento dos esqueletos cronológicos que suportem as várias etapas
da evolução humana e as suas inovações civilizacionais e tecnológicas
desde os inícios da Pré-história Recente. Entre os diversos tipos de
amostras orgânicas ou de origem orgânica susceptíveis de serem datadas
pelo radiocarbono, os ossos, ou melhor, o material proteico que entra na
sua constituição dá origem, normalmente, a datas de radiocarbono de
elevado rigor e fiabilidade. No entanto, para se atingir esse rigor e
fiabilidade torna-se necessária a identificação prévia da espécie ou
espécies a que os ossos constituintes da amostra são atribuíveis. Esse
rigor e fiabilidade dependem também do tipo da alimentação da espécie
datada, pelo que, para determinados períodos cronológicos, para
determinadas espécies ou para determinadas localizações geográficas, que
indiciem a existência de um efeito de reservatório não desprezável, a
determinação da composição isotópica em
13C
e em
15N
dos ossos a serem datados é importante para julgar da aceitabilidade dos
resultados. Será, pois, toda esta problemática ligada ao método e à
utilização de ossos como amostras datáveis que constituirá o objecto
desta comunicação. 

Organização
Departamento de Antropologia
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Universidade de Coimbra

Apoio
Centro de Investigação em Antropologia (FCTUC)